Contos de Wander Shirukaya
Para aqueles que querem conferir o que tenho escrito, dêem uma olhada aqui!
Procurando entrevistas?
Amanda Reznor, André Ricardo aguiar, Betomenezes... Confira estes e tantos mais entrevistados por Wander.
28/02/2010
27/02/2010
Prog, indie e fusion: primos (parte II)
Agradecimentos especiais ao companheiro de debates estranhos e colaborador para esta série, Nando Cabral.
^^
26/02/2010
Barulhinho bom
25/02/2010
A fúria cotidiana (parte I)
Depois continuo, pois a fúria cotiana me empurra para trabalhar.
24/02/2010
Novo layout
^^
Não espere de mim mais que Balelas!
1. O laço
2. Cabelos de sangue
3. Oceano
4. Barcarola
5. Às teclas pretas do piano
6. A fotografia
7. Embrasse moi
8. As viagens de Sakura
9. Pastor versus pastor
10. Um anoitecer em 26
11. A violoncelista
12. A neblina
13. A crucificação de Dona Morte
14. Vida de cão
15. Canções de confortar cadáveres
16. A carta
23/02/2010
Conto "Embrasse moi" no Silêncio Interrompido
22/02/2010
Primeiro ensaio da Arcádia Vermelha
21/02/2010
Entrevistando Geisiara Lima
Wander - Fale um pouco sobre você.
Geisiara - Sou uma criatura falante, gosto muito de se expressar através da palavra. Através de muita conversa com pessoas distintas me veio o gosto para coisas também distintas. Gosto de ler, escrever poesias, pintar quadros e atirar pedras para o alto... Já tentei até tocar um instrumento (baixo) devido ao meu amor à música (rock). Tenho sérios problemas quando o assunto é ficar quieta, estou sempre tenttando inventar coisas novas para fazer. Esse ano embarco numa nova experiência: falo do curso de Filosofia, o qual espero que me proporcione mais uma asa para poder ir ainda mais longe.
Wander - Quais são suas influências?
Geisiara - Em 1999, comecei uma viagem longa na obra de um ilustríssimo senhor, que me ensinou o que são bons contos, romances e poesias: me refiro ao maravilhoso Machado de Assis. Ele é a minha maior influência para escrever, passei muitas tardes com um copo de café lendo seus livros, continuo mergulhando no seu extenso mundo, só que agora divido meu tempo com outros escritores como Lygia Fagundes Telles, Edgar Allan Poe, Augusto dos Anjos, Gregório de Matos, Ivana Arruda Leite; tento absorver um pouco das obras desses escritores para arquitetar a minha. Quanto à arte, minhas influências são muito diversificadas, vão do clássico ao contemporâneo, como Goya, Juarez Machado, Picasso, Abelardo da Hora, e mais uma porção de artistas desconhecidos, amigos, desprezados e ferrados.
Wander - Há algum projeto rolando em mente?
Geisiara - Meus projetos são bem restritos e não funcionam com data marcada, costumam ser elaborados na mente para não sei quando, apenas discutidospara um grupo de quatro amigos que me interessam e são os verdadeiros interessados. Fazemos arte por prazer, os projetos vão surgindo com as oportunidades. Não pretendo expor quadros para as pessoas ignorantese desinteressadas daqui. Como sempre falo aos meus amigos pintores, não quero passar noites em claro maquinando milagres para quem não sabe o valor da arte. Quanto à poesia, comecei o ano disposta; pretendo dedicar mais tempo aos recitais. Ando escrevendo bastante esse ano pretendo escrever duas vezes mais.
Geisiara - É muito complicado falar em fazer coisas relacionadas à poesia numa região onde poucos lêem, escrever acho que já é pedir demais! A verdade é que a cidade não oferece oportunidade para que as pessoas abram suas mentes ao mundo poético. Os poucos que se atrevem a insistir na idéia de prosperar nesse mundo são discriminados e tem que procurar oportunidades fora daqui. Prefiro me juntar aos meus ilustríssimos amigos goianenses, timbaubenses e de outras cidades para tentar executar meu trablho dignamente.
Wander - Há, hoje em dia, a meu ver, dois movimentos de poesia: os dos que procuram fazer suas obras o mais soltas possível e os que seguem idéias do concretismo. Você se enquadra em um desses? Como você vê a poesia?
Geisiara - Não há jeito ou fórmula para se fazer poesia. Não me limto a prisões de estilos e movimentos, minhas poesias são elaboradas de acordo com o meu dia, humor, ou de acordo com nada... Basta qualquer pedaço de papel em branco e um lápis para as palavras começarem em frações de segundo a desabrochar.
Wander - O movimento das artes plásticas ainda consegue ser mais obscuro do que a poesia na região. Como se sente ao se embrenhar nesse mundo?
Geisiara - Já passou a fase de me sentir frustrada, a fase das revoltas e discussões para tentar fazer as pessoas abrirem os olhos acerca da minha arte, hoje em dia sou muito segura do que quero: nunca parar. Mesmo que passe a vida sem qualquer reconhecimento não me sinto só, quando escolhi insistir em rabiscos sabia exatamente que caminharia para um mundo obscuro. Adoro fazer arte, independentemente de governos ou fronteiras.
Wander - O que você acha que falta às pessoas da região para que abram seus ohos para a arte que vem sendo feita?
Geisiara - Talvez um pouco de bom senso de seus governantes, que só se importam com o prórpio nariz e o que lhes façam embolsar milhões. Poderiam começar colocando as crianças pra trabalhar arte decentemente na escola, não desenhando em cartolinas coelhinhos da páscoa e papai noel. Depois poderiam disponibilizar espaços para exposições e pricipalmente liberdade aos artistas, não adianta fazer exposição para se mostrar com pautas preconceituosas ou censura. Não pode haver grades ou forcas!
Wander - Deixe uma mensagem para os leitores aqui do blog.
Geisiara - Comecem a ler agora, escrevam, pintem, dancem, trabalhem, vão para igreja, bebam cachaça, se quiserem fumem maconha e pulem da ponte, vão para o congresso fazer protesto, o dia é hoje. O tempo é traiçoeiro, a liberdade preciosa. Tô insistindo nas coisas que gosto, não faço nada pensando em arrependimento, não existe ninguém bom, a justiça já se danou há muito tempo, por qualquer caminho estamos rumo à desgraça. A palavra é: viver!
20/02/2010
18/02/2010
As mulheres do Wander (parte III)
The sky falls and you feel like it's a beautiful day...
Sim, há um grupo de personagens feminos em meus contos que são senhoras de si, fazem e acontecem, enfim, são realizadas. Essas, admito, são poucas, prefiro histórias com mentes mais perturbadas (hihihi...). Acompanhemos um trecho do conto Oceano, de minha autoria:
"Iara, como toda boa patricinha, exibe-se num intenso mar de beleza afrodisíaca. Top less. Se pudesse fazia tudo less, só para que as retinas circunvizinhas melhor a desenhassem. Mas naquele dia algo de diferente acontece: ela vê o mar, e no mar avista a sua paixão, o surfe. Vou me dedicar e aprender de uma vez por todas. Assim vai ao encontro do mar, de encontro a Lucas. Segue-se a maré de gírias, beijos e declarações de amor à liberdade".
Neste parágrafo vemos a descrição de Iara, a personagem que apesar de se deparar com uma tragédia no texto, é apresentada como panacéia, como divindade do mar (deve ser daí que vem o nome dela), como um exemplo de beleza, sagacidade, dando ênfase para uma característica invejada por muitas pessoas (não apenas mulheres): a liberdade. Iara é livre para voar, surfar, namorar, viver a vida no melhor dos sentidos. Ela parece ter a o oceano e o mundo inteiro aos seus pés. Isto de certa forma aumenta a caraga dramática da tragédia vivida por ela, o que por agora não vem ao caso. Mas é fato que ela parece quase inverossímil dada a perfeição que lhe é atribuída. Acho essa personagem linda, embora seja suspeito para falar.
Outra que citaria é a Berenice da segunda versão do conto A violoncelista. Exímia violoncelista, bela e impiedosa, não deixa que o ciúme a corroa. Podemos questionar seus métodos de libertação, mas não há como negar que realmente isso contribui muito para sua felicidade dentro do texto.
Assim que tiver mais idéias retorno. ^^
17/02/2010
Letra indédita
A chuva
Pé ante pé, adentro devagar pra divagar
Sem fôlego, procuro um lugar pra descansar
As viagens que fiz me deixaram tão incapaz...
Eu não agüento mais [2x]
Quero o conforto do meu quarto
Quero cortinas sem fumaça
Quero sentir luzes escassas
Que me supram a lucidez de viver
Alguém me terá assim que encontrar água
Viver a bolha inconsistente da sede
Até que não é mal
Quando no torpor das miragens
Do amor redundante
Que não me sai da cabeça
Que não me sai da barriga
Tal a dor da lombriga
Correndo pra se embriagar
De dois pra lá, dois pra cá.
Viver a sede me aliena; viver a sede me afoga
Antes tivesse uma toga pra poder pisar em você,
Conquistar quem desse as caras
Só pra ver se a sede pára.
Alguém me terá assim que encontrar água
Moço, por quem me toma?
Não me leve a mal...
Os rachões nos pés não são os da cabeça
Eu não agüento mais [2x]
Quero o conforto do meu quarto
Quero cortinas sem fumaça
Quero sentir luzes escassas
Que me supram a lucidez de viver
Alguém me terá assim que encontrar água
E quando seus amores se forem
Não esqueça de avisar
Vai dar gosto de ver na minha horta chover.