"Ascensão e queda": romance de estreia!

Saiba como adquirir seu exemplar.

Contos de Wander Shirukaya

Para aqueles que querem conferir o que tenho escrito, dêem uma olhada aqui!

Tergiverso

Sensualidade em forma e conteúdo aguardando sua visita.

O híbrido e a arte

Animes, cinema e literatura

Procurando entrevistas?

Amanda Reznor, André Ricardo aguiar, Betomenezes... Confira estes e tantos mais entrevistados por Wander.

26/06/2011

Divã



Não queria lhe observar os dentes, mas era inevitável. Sentia o ranger da força em rasgar uma maçã. Pouco se movia. Dava pra ver cada músculo em ação, a jugular, os lábios úmidos. Nem o corpo esguio e pouco corado, pernas delicadas, um rosto mais moreno, cabelos atrapalhando o ato, iam junto à maçã e lhe cobriam as maçãs.
            Por que não queria ver os tornozelos lisos? As unhas polidas, reluzindo um leve sol da manhã. Engoliu o primeiro pedaço. Anjo. Anjos não morrem, ficam para sempre por onde passam. Um verde morto, um mar revolto, dois olhos, eu vejo. Nunca quis a vista daqueles cílios leves, lépidos. Esfregam-se tranqüilos para lhe aquecer as linhas, desenhar as pontas de prazer da ação. Pois que olhos queriam algo assim: coberto de simplicidade, mas repleto de amarras aos arredores? A ponta do nariz... Meio avermelhada. Gripe, talvez. Não parece se importar. Deglutir sua maçã é melhor. Inspira quase suspirando, puxa o cabelo atrapalhando, passa a língua displicente pelos lábios. Eu via...
            Bem de perto.
            - Fim da sessão, meu grande colega.
            - Doutor!
            - O que houve?
            - Essa garota. Essa garota, tão novinha, talvez possa ter sido eu?
            - Vamos descobrir ao longo dos encontros, não se preocupe, relaxe.
            - Está bem, muito obrigado.
            No que saio da sala entra a menina. Oi, pai! Bom dia! Passa voraz por mim, acaba batendo. Cai da mão a sua maçã. Desculpa! Não, não tem problema. Ela correu para o pai. Nem quis olhar. Minha barriga roncou, quase meio-dia. Corri para casa para almoçar.


[Wander Shirukaya]

24/06/2011

Poema de Félix Maranganha no banheiro





O poeta do CAIXA BAIXA Félix Maranganha também recitou seu poema "Minhas faces que coram VI - O povo" no I Sarau do CAIXA BAIXA, ocorrido no mês de maio em Cabo Branco - João Pessoa. Confiram aí.

23/06/2011

Sobre "Terna ressaca"



"A fina camada translúcida de água que encobre a vista traz um leve sufocar de alegria, o coração bate acelerado, tal duas pedrinhas se chocando entre as mãos embaixo desta mesma água, da mesma onda, do mesmo mar em que o undívago olho tenta vislumbrar final feliz. Entre o olho e o sol forte, a fina camada sacode-se lenta, suaves empurrões levando o corpo em direção desconhecida, como quem espera serena a morte. O sal corta, mas é bom, ajuda a purificar, é dor prazerosa, tal qual o amargo de se ver livre por um mínimo de instante que seja. O corpo encharcado, garganta seca, ar cada vez mais ralo. O final é nascer, já por si só um desastre, ainda mais quando os olhos curiosos se embebem do sangue podre que turva a alma (...)".

Acho que cheguei ao ápice da negação da ação. O conto Terna ressaca parece mais um lamento, um fragmento de solilóquio tirado de alguma peça. É um texto obscuro; a ação é fragmentada e quase nula. O repúdio de alguns leitores será imediato, outros, por outro lado, se encantarão pelo lirismo exacebado apresentado em cada linha da protagonista que tenta dar continuidade a sua história no mundo de maneira inusitada. Acometida de grande mal e desprezada, sua vingança se faz tenra, terna, tal a ressaca do título. Um conto imagético que lembra muito meus primeiros escritos. Volta às origens? Acredito que não, apenas uma homenagem a elas. Qualquer dias desses as ondas de Terna ressaca quebrarão pelos olhos de novos leitores. Aguardem.

22/06/2011

Entrevistando Bruno Armstrong

Continuando a série de clássicos, vemos a entrevista cedida por Bruno Armstrong, em 12/12/2008 ao Blog Itambé Rock. Confiram.


Conhecido como o homem q passou por quase todas as bandas da cidade, Bruno resolveu chutar o pau da barraca e fundar o q vem a ser a primeira banda de peso (no sentido mais destruidor da palavra) da cena. Vem aih O Sonma, e agora conversamos com o seu líder pra saber um pouco de tudo isso.

Blog Itambé Rock - Qual a proposta dessa sua nova banda?
 
Bruno - descarregar a fúria adormecida contra a sociedade. Nao pelas letras de protesto, mas sim por contos, fábulas.

BIR - Contos? Entao pod vir já de cara uma opera rock?

Bruno - Sim. Com certeza, como diria o jogador de futebol [risos].

BIR - Já tem algo mais definido nessa linha?

Bruno - O nome do album vai ser "Caixa de Pandora". Esse assunto estava me batendo a um bom tempo. É interessante, pois nós somos a verdadeira caixa de Pandora. Eles mexeram, logo...

BIR - Entendo. Mas e quanto a Soul Sick, sua outra banda?

Bruno - Estamos em produçao, eu acho...
Eu e o baixista estamos trabalhando, mas já que a banda é na linha Gothic/ Symphonic precisamos da presença do tecladista, pena que ele tem q se manter de forró. [risos] Por enquanto nao tem nada pronto ainda.

BIR - O Sonma já tem?

Bruno - Tem. Tres músicas. Aproveitarei as férias para compor, já que estou em fase de inspiraçao extrema.


BIR - Legal vr q todas as bandas de Itambé estão produzindo pra fazer ferver o ano q vem. Como vc acha q será 2009 para elas?

Bruno - Depende, bicho. Eventos pela região tao uma escassez só... [risos]. Se 2009 for como 2008 está ótimo. Já que sao quatro bandas os integrantes das mesmas poderão se unir como de costume pra melhorar a cena alternativa; qm fica parado é poste.

BIR - Os projetos com quadrinhos estao parados?

Bruno - Por um bom tempo sim. Oito meses sem movimento. Mas pretendo iniciar a partir de abril. Talvez com mais força q este ano.

BIR - Qual a mensagem vc dexa para o pessoal q acompanha o Blog?

Bruno - Adorem a arte, pois nós somos os governantes.

BIR - OBG.
 
Bruno - Falou.

16/06/2011

Livro I; Cap. XIX: Travessia do oceano

A bárbara bate demais, comentava com seu forte sotaque o General Heidegger, chefe das tropas da cidade de Dornkill, ao ver o desempenho de Dankill durante todo o torneio. Karina Vonkova, clériga derrotada em luta justa por nosso heróis, também admirou-se do poderio, decidindo não tirar o grupo de vista, até pela presença nele de um grande rival, o tembém clérigo da guerra, Hildegard Roxedus. 
Entretanto, o destino do grupo era segredo para toda e qualquer pessoa, perceberam ao longo da jornada vivida que não era om citar a vila proibida de Parn em conversa alguma. Assim, Karina seguiu o grupo sem saber direito o que logo aconteceria. Prepararam-se todos para sair de madrugada, pegando a embarcação que rumava para o continente do Deserto Verde, onde ficava a estranha vila. Escondendo-se em caixas que iam nos fundos da embarcação, Karina não foi vista; acabou, inclusive ouvindo uma conversa entre os heróis em que a Parn fora referida. 
- Então eles querem o segredo de Parn! 
A clériga sabia que todo e qualquer ser, por mais que quisesse, seria impedido de chegar aquele local. Por sinal, ninguém sabe que segredo se esconde ali, pois há muitos anos não se tem notícia de alguém que tenha ao menos chegado perto sem ter sido interceptado antes. Diz-se que alguns antigos e poucos aventureiros conseguiram, mas de lá nunca retornaram. O pouco que se sabe é que há milhares de anos a vila está abandonada e, desde então, ninguém consegue maiores contatos com ela. Karina, que como todo devoto de Kraszler, Deus da geurra, nnão tem medo correndo em suas veias, achou que seriam uma ótima oportunidade de desvendar tal enigma. Ao chegarem na costa do continente de destino, as coisas se complicaram. Escondida na embarcação, Karina viu que Zephir, Milo, Legolas, Gimli, Saruman, Dankill Hildegard e Kailan foram recepcionados por um contingente enorme de monges, todos muito bem armado, liderados por uma figura elegante, portando uma bela armadura de batalha.
- Será que alguém descobriu que vínhamos para cá? - indeagou Milo.
- Olá, forasteiros, espero que colaborem conosco e evitem problemas. Chamo-me Junichiro Sato, sou o regente local.

Continua...

09/06/2011

"Poesia sem pele" em Campina Grande (parte II)

Vídeo da matéria da TV Itararé sobre o lançamento de Poesia sem pele de Lau Siqueira, em Campina Grande - PB. 

08/06/2011

Sobre "Falta uma cor no arco-íris"

Depois de uma boa temporada cuidando de leituras atrassadas, trabalhos acadêmicos e do romance que se avizinha, finalmente um conto novo. Este conto foi escrito meio que em homenagem a todos que defendem a causa LGBT (pois fala abertamente sobre o lesbianismo) e, espero, sem pieguice. Como as pitadas de erotismo em meus textos já estão frequentes, este não ficaria para trás. Entretanto, a história da véspera do dia dos namorados do casal de belas e jovens moças também não está aí de graça. Há preconceito (sim, o texto exibe situações de preconceito), mas a intenção, claro, não é de ofender, mas de chamar a atenção para nossos próprios preconceitos para que reflitamos em busca de algo melhor. Bom, sobre o texto em si, temos uma bela moça que está triste por mais um 12 de junho sem uma namorada e que acaba conhecendo aquela a quem julga ser o amor de sua vida. Mas, para ela, esse romance nao pode prosseguir. Mas por quê? Que haveria de errado com sua amada? Breve vocês lerão e saberão.

06/06/2011

Composição e performance (parte II)

O ato de compor depende de uma sincronia louvável, ao menos até certo ponto. Entretanto, esta sincronia tão sonhada se torna ineficaz quando nos deparamos com o nosso ego artístico,avido por ter para si todos os louros. Entretanto, muitos segmentos artísticos, tais como a dança, o cinema e a música (de que tratamos em especial neste post), depende da interação entre mais pessoas para sua criação. Na música é possível que um só músico componha uma obra inteira, mas o que aparentemente é um trabalho solitário, mostra exatamente o contrário. Seja na partitura ou de ouvido, o bom compositor sabe que deve contar com a disposição de todos os instrumentos que deseja, bem como dos silêncios e espaços entre eles. Lidar com isso parece fácil, mas basta algumas tentativas e vemos que não é bem assim. Guitarristas, por exemplo (como sou um deles me sinto mais à vontade para falar), tendem a querer cobrir toda as canções com suas linhas, não se contentando em ficar parado nem nos intervalos entre uma música e outra nos ensaios. O outro está ali, não nos esqueçamos, e ele também quer ser ouvido e precisa disso. Pensemos que a tensão que toda música precisa para seu engrandecimento raramene é feita sem a pausa, sem o relaxamento, sem a troca de falas que deve haver entre os instrumentos envolvidos. Acredito que no jazz, por ser um gênero propenso à improvisação, os músicos tendem a compreender melhor o que significa isso. Harmonizar-se, não apenas no sentido técnico da palavra, é preciso para uma boa composição. Há muitos que dizem que tocar numa banda é como conversar; talvez não haja melhor comparação. Se você é instrumentista e percebe-se um tanto "tagarela", quem sabe não seja hora de uma respirada. 

04/06/2011

Thiago Lia Fook lê Anna Apolinário






O poeta caixabaixeiro Thiago Lia Fook representou a amiga Anna Apolinário no I Sarau do Caixa Baixa, ocorrido dias atrás (25/05). O poeta leu o poema da jovem que está exposto na Estação Ciência, em João Pessoa  para quem não pode ir lá pessoalmente, fica aí a amostra da poesia que ronda os banheiros do local.

03/06/2011

Capa de "Balelas" divulgada!


Bom, pessoal, como já é de conhecimento de quem frequenta este blog, uma série de posts dele é dedicada a comentários sobre o processo de criação do meu livro de contos, Balelas. Eis que a Editora Mutuus enfim apresenta aos internautas a capa deste livro. A editora concentra-se no processo de revisão e diagramação do mesmo, para logo mais proporcionar seu lançamento. Aguardem notícias, comentem a capa, visitem os posts antigos aqui, enfim, o blog é de vocês.


02/06/2011

"Poesia sem pele" em Campina Grande


Grandes amigos, ontem Poesia sem pele, novo livro de poemas de Lau Siqueira (foto, ao centro), já citado aqui mesmo neste blog, foi lançado em Campina Grande - PB, com o apoio da turma do Núcleo Blecaute, Bruno Gaudêncio (foto, último da esquerda para a direita), joão Matias e Jãn Macedo (todos também do núcleo Caixa Baixa). O evento foi simples, porém bastante funcional e divertido. Os que compareceram saíram satisfeitos com tudo, desde a apresentação do livro, feita pelo caixabaixeiro Jairo Cézar (foto, primeiro da esquerda para a direita), as questões respondidas pelo poeta e a série de declamações de seus poemas feitas pelos presentes. Encerrando a noite, o grupo de escritores sai para comemorar e se depara com o humilde Sandro, vendedor ambulante local, que deu um show de simplicidade e alegria declamando "Berimbau de Lua", fato registrado pelas nossas lentes e vocês conferem agora. Como diria o amigo Talles Azigon, viva a poesia!
Foto: acervo pessoal.



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