27/02/2010

Prog, indie e fusion: primos (parte II)

Continuando minha série estapafúrdia que pretende mostrar como o experimentalismo aproxima o prog, o indie rock e o jazz-fusion, falo um pouquinho sobre as bandas de rock progressivo, tomando como exemplo montro sagrado do R.I.O. Bom através da obra de bandas como o Univers Zéro (foto), vemos o quanto a música não tem fronteiras. A banda, também muito influenciada pelo jazz (muitos até nem conseguem definir ou rotular a banda) chuta o pau da barraca, extrapolando conceitos de elementos considerados essenciais para uma canção tais como refrão, tema, melodia, improviso, técnica, feeling. A música de câmara quebra as expectativas de algo facilmente tragável, tão comum à nossa juventude hoje e sempre. Definitivamente, bandas como esta não são para qualquer ouvido. E isso se deve, a meu ver, ao fato de bandas assim se aterem ao experimentalismo, a subverter, romper, fragmentar. O ouvinte da música experimental é um ser insistente, pois para se penetrar um mundo tão intrincado não se há de fazê-lo com duas ou três audições. O R.I.O. mostra muito bem isso tudo, integrando de certa forma aquilo que o bom e velho bruxo do Cosme Velho disse através de seu narrador em Esaú e Jacó, que o leitor atento deve ter quatro estômagos no cérebro para descobrir o que está oculto e é realmente a essência da obra. É, meus amigos, parece que na música não é muito diferente disso (pelo menos na boa música, hehe).

Agradecimentos especiais ao companheiro de debates estranhos e colaborador para esta série, Nando Cabral.
^^

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