Contos de Wander Shirukaya
Para aqueles que querem conferir o que tenho escrito, dêem uma olhada aqui!
Procurando entrevistas?
Amanda Reznor, André Ricardo aguiar, Betomenezes... Confira estes e tantos mais entrevistados por Wander.
30/06/2010
Livro I; Cap. IX - Hildegard Roxedus
28/06/2010
Blog de cara nova!
1- Novo layout: precisa dizer mais?
2 - Por causa de uns problemas de código, resolvi abolir a idéia de expor os contos apenas aos leitores do feed, tornando-os públicos, como eram antes. Por outro lado, acho que será bom, pois alguns já tinham reclamado da excluisividade.;
3 - Os que frequentam sempre este blog estão habituados ater postagens até com muita frequencia (posto quase todos os dias). Se por um lado anuncio que essa frequência diminuirá, por outro digo que é por causa nobre, já que estou cuidando da colaboração no projeto Papéis de Circunstâncias.
Bem, acho que é só, sintam-se à vontade para comentar as mudanças.
26/06/2010
Fooooom!
“O homem nasceu livre e por toda a parte vive acorrentado”.
Rousseau
Eu di um beijo nele e fui me arrumar. Tomei banho, coloquei maquiagem. Que é isso, menina! Vai tirar esse batom da cara, vai! Mamãe é um saco, não deixa ninguém fazer nada... Calma, meu amor, ela só está brincando! Papai me adora, mamãe é chata. Aí eu fui me arrumar, coloquei um vestidinho verde que eu ganhei e fui tomar café. Aí eu comi tanto que eu ia explodindo! Hihihi... Queijo, presunto, um pãozãozão assim, ó! Mamãe já tava olhando feio de novo. Você não pode comer tudo isso! Vai passar mal! Ah!
Papai nunca tinha tempo de me levar pra nenhum lugar. Tô tão feliz! Foooom! Bibiii! Pára com essa buzina, Clara Emília! Agora! Eu di outra buzinada e fiquei esperando papai chegar no carro. Mamãe já se enrolou no cinto no banco dela. Cadê o papai? Foi buscar umas coisas que ele esqueceu, não é da sua conta. Senta no banco de trás! Bibiii! Ele já vem! Êêê... Vamo passear! Vamo passear!
Aí papai ligou o carro e aí a gente foi pra estrada, pulando no banco de trás. Mamãe chata me mandando por o cinto. Olhei pelo vrido do carro pras plantas, cada árvore linda, um montão de vaca comendo capim... Por que a gente mata tanta vaca, mamãe? Ela é tão bonitinha... Deixa de besteira e olha pra frente! Aí eu olhava pra frente e eu tentava me lembrar quando foi a última vez que a gente tinha viajado. Quando foi, papai? Você não lembra, era muito novinha, foi mamãe que respondeu. Papai, liga o som! Põe uma música beeeem animada! Não desconcentra seu pai, Clara Emília! Então buzina, papai! Acho tão engraçado... Aí mamãe me mandava calar a boca de novo.
Chata.
Fooooom! Fooooooooooooooooooooooooommmm…
A buzina não parou mais quando o carro bateu. Eu tava arranhada na perna e meu braço tava doendo um pouquinho, mas di risada! Mamãe chata, bem feito, bateu com a cabeça no vrido da frente. Tava saindo um montão de sangue, ela nem se mexia. Papai com a cabeça segurando a buzina. Fooooom… Aí ele se levantou, tava machucado na cara, mas falou comigo ainda. Eu tô bem, papai, continua com a buzina, é tão engraçada... Vem, vamos ajudar a sua mãe, ela não tá bem. O carro bateu porque a mamãe vive discutindo. Meu amor, a Clara Emília tem que aprender como é a vida, você mima demais essa menina! Mamãe é chata, prefiro papai. Aí um carro passou na curva e assustou o papai e o carro bateu. E meu pai aí perguntando: por que você gosta tanto dessa buzina, querida? Deixa ela pra lá, filha! Aí eu disse que gostava porque parecia a mamãe gritando no meu ouvido. Fooooom… Bem feito pra ela.
25/06/2010
Sobre "Fooooom!"
24/06/2010
Sexo e violência, baby! (parte III)
Em minhas andanças pela internet, tive acesso ao texto do escritor Rinaldo de Fernandes (foto 1), publicado na Revista Rascunho, de Curitiba, em que este faz um apanhado de boa parte da produção de contos neste início de século, visando analisar os rumos que este tipo de narrativa tem tomado. Um importante trecho deste ensaio (leia o texto completo aqui) aponta que muitos contistas têm apostado na violência e na brutalidade, muitas vezes até gratuita, como forma de expressão. Sobre o que tenho lido tanto em livros quanto nos blogs afora, vejo que não são mesmo poucos os contistas que vêem o poder de sedução que a violência tem em relação ao leitor. Estendendo isto às demais artes, vemos que não há muita diferença, basta-nos ver que muitas vezes a violência atrai quem vai de encontro à obra, até mesmo a ponto de fazer com que nós esqueçamos do conjunto da obra. Para comprovar o que digo, basta ver, por exemplo, quantas pessoas você conhece que tenham assistido à Laranja Mecânica (foto 2) e tenham ido além das cenas de violência em sua compreensão do filme. De certa forma, a crueldade e brutalidade fazem muito sucesso por termos acesso a esta sem sentirmos a culpa de a termos cometido. Não podemos cometer certas atrocidades que lemos nos contos de Edgar Allan Poe, por exemplo, e por isso nos confortamos em sentí-la através de seus contos. Talvez por isso vejamos tantos exemplos de violência surtindo efeito, salientando que o próprio criador da obra usa deste artifício para nos atrair.
Sendo assim, deixamos agora o espaço ao leitor. Você é um admirador da violência na arte? Ou prefere algo mais soft? Comente, será um prazer ler seus comentários.
Foto 2: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz3V41_ZqMZ-7nR2wSPNgEMM8xCH3oxrAKzqWsR_LHHy0vBn6WifKAFGWE0Q64sU3dUiD4BJmtvJGe8NBUHxVLp6QWeLA4dAfEuPzj57Um9CiLLb9fBHQQCpM_nMIsDkq03AqGSeky_Vvz/s400/laranja-mecanica01.jpg
22/06/2010
Entrevistando Glória Gama
Wander - fale um pouco sobre você para os leitores aqui do blog.
Glória - eu prefiro que os leitores me conheçam através do que eu falo. Biografismos à parte, eu sou apenas alguém apaixonada por cinema, literatura, música, cerveja, vinho, beleza, juventude, feiúra, velhice e inteligência. Só não suporto burrice. Muitas pessoas dizem que a beleza é relativa. Muito bem: a burrice é absoluta.
Wander - como você define a sua relação com a literatura?
Glória - minha relação com a literatura é visceral. Eu a conheço desde menina e foi ela quem me salvou do caos, da loucura total; devo à literatura tudo que sou hoje como ser humano, mulher e professora.
Wander - você tem pesquisado na literatura contemporânea as características da escrita masculina construindo personagens/ figuras femininas. Você considera que há diferenças entre as escritas masculina e feminina nesse tipo de caso?
Glória - sim e não. Tento ser coerente com o meu trabalho. Na verdade, o que tento mostrar, é que, independentemente do sexo de quem escreve um texto, a arte, no caso a literatura, transcende marcas de gênero e voz. O resultado é o que conta.
Wander - que grandes autores de nossa época você acha que tem conseguido bons resultados nesse sentido, seja na poesia ou na prosa?
Glória - pergunta difícil, sobretudo quando você especifica “de nossa época”; porém, acho que na poesia destacam-se sempre os clássicos: William Blake, William Wordsworth, e.e. cummings, Emily Dickinson, só para citar alguns. Para não me esquecer dos contemporâneos, eu citaria Charles Simic. Na prosa, adoro Faulkner, Oscar Wilde(este é bom em tudo), Hemingway, Conrad, Proust, e outro que é bom em tudo, Edgar Allan Poe; Rubem Fonseca, Machado de Assis, Guimarães Rosa.
Wander - já que sua linha de pesquisa diz respeito à teoria do conto, como você analisa os contistas contemporâneos?
Glória - na verdade, não estou trabalhando com teoria, mas com literatura. Meu objeto de estudo é o escritor Rinaldo de Fernandes. Mas sem fugir à sua pergunta, e já fugindo dela, eu diria que os aspectos mais importantes de um conto têm a ver com sua temática e estrutura. É um gênero de difícil definição. Tentarei ser tão concisa quanto ele: bom tema, bom tratamento desse tema, (como tão bem quer o mestre Cortázar), brevidade, e aquela capacidade de deixar em nós uma marca, uma sensação de algo atemporal, inesquecível. Citando Proust, (ando relendo-o muito ultimamente), “A felicidade é salutar para o corpo, mas só a dor enrijece o espírito”. Enfim, um bom conto parte deste princípio; qualquer bom contista, contemporâneo ou não, também.
Wander - fora o material de sua linha de pesquisa têm lido algo? O que recomendaria aos leitores aqui do blog?
Glória - eu recomendo toda boa leitura. O que é boa leitura? É só aquela que nos resguarda da dor e do sofrimento supremos. É aquela que nos guia numa linha contrária à morte, à solidão, à tudo que nos impeça de viver. A boa literatura nos anestesia! Acho que os autores/as citados/as falam por mim.
Wander - e quanto à música? O que tem ouvido e o que nos recomenda?
Glória - Wandinho, você me conhece bem. Todas as bandas e músicos comentados neste blog são os que curto. Só para acrescentar alguns: Mojave 3, Cousteau, The Editors, The Killers, James Morrison. Tenho também um lado nostálgico. Aqui entram, Led Zeppelin, Pink Floyd, James Taylor, Smashing Pumpkins, Rod Stewart. Adoro todo rock nacional dos anos 80, mas declaro que minha maior paixão são os Paralamas do Sucesso. “Lanterna dos Afogados” é uma das músicas mais belas que conheço.
Wander - Deixe uma mensagem para os leitores do blog.
Glória - a mensagem que deixo foi a mesma que te disse no orkut: o blog é criativo, original, faz uma homenagem às artes em geral e tem um toque irreverente que fascina a todos os amantes das coisas boas e belas. Na falta de melhores palavras, sigo o velho e bom Jim Morrison: viva pouco, morra cedo e mantenha o corpo em forma.
21/06/2010
Papéis novos na área!
Blog do Talles Azigon: http://tallesazigon.blogspot.com/
Blog da Karla Hack: http://nascidaemversos.blogspot.com/
Blog da Kenia Cris: http://poesiatorta.blogspot.com
Blog da Michelle Lins: http://motabiliss.blogspot.com/
Foto: http://comps.fotosearch.com/comp/BLD/BLD036/man-reading-book_~BLD066267.jpg
20/06/2010
Vídeos especiais
18/06/2010
Anos 00: o que houve: (parte VIII)
Sim, meus amigos, vão-se as profecias e o mundo vai ficando. E o que fazemos nós nests anossa existência? Será que é determinado por Deus, pela Natureza, que vivamos a esmo a espera do grande dia? Bom, ao encontrarmos grandes obras sendo esfregadas em nossas fuças apáticas pode parecer que tudo esteja realmente perdido, mas os que tiverem um pouquinho de atenção poderão tirar bom proveito das obras de arte que realmente podemos chamar assim sem remorso.
O grande exemplo que eu trago a vocês também pertence à área mais pesada da música, como falávamos anteriormente. O Mastodon surgiu no mundo representando o Heavy Metal americano, que convenhamos não tem na história tanta força como o inglês. Sendo isso outra história, mesmo em 2004 a banda nos bindou com um pesadíssimo, barulhento e lindo álbum Leviathan, girando em torno das aventuras do pop star da literatura norte-americana Captain Ahab. Achando pouco, lança em 2009 este grande álbum que mostro aqui. Crack the Skye consegue ser pesado e complexo como os demais discos do Mastodon, mas traz para a festa uma atmosfera um tanto "aérea", não sendo à toa que muito se referem ao áçbum como o disco mais "viajado" da banda. Todo o conceito do álbum é belo, segundo a resenha do site Whiplash, "A história do álbum persegue algo realmente diferente e caótico como as músicas da banda. Basicamente o álbum trata de um tetraplégico que descobre como fazer viagens astrais. Em uma de suas viagens ele se aproxima demais do sol, queimando o cordão que o prende a seu corpo, caindo no mundo dos espíritos, sendo enviado ao culto de Rasputin na Rússia czarista. Lá o espírito do tetraplégico prevê a morte do místico russo, que pretende usurpar o trono do czar. Rasputin, após ser morto, tenta guiar o espírito do homem de volta para seu corpo, mas no final eles encontram o Demônio, que tenta roubar suas almas e os levar para o inferno".
A força da música nos atrai, convidando-nos também a uma viagem astral. Convido os que não conhecem a dar aquela orelhada; aqui deixo o clipe de "Oblivion", primeira faixa do disco, só para aguçar um pouco os sentidos. Boa viagem.
17/06/2010
Poe em curta-metragem
15/06/2010
Barcarola*
Ela aparou-se na sombra, acariciou a barriga, murmurava num dialeto infantil, levantava o rosto para a brisa que convidava para o verão. Não, agora não. Ele vai chegar lá, já, já. Vem de longe, o atraso dá pra agüentar. Pára um senhor, muito suado, boné do Corinthians. Quanto é? Vinte e cinco, moça. Tem de todo sabor? Tem de todo sabor. Um de limão. Seu troco, obrigado. Ela pegou sem responder, talvez nem tivesse dado conta. Olhava o povo que ia e vinha por perto. Calma, meu filho, papai já vem.
Ela estava muito desligada. Ansiedade tem dessas coisas. Mordiscava com sensibilidade e avidez o picolé, brilhavam os lábios refletindo a eterna busca da própria língua. Liga. Ligo? É melhor não, ele pode ficar com raiva, não gosta que encha o saco assim. Pega o celular, senta e perde tempo com uns joguinhos. Vai passando um pedacinho da eternidade. Um estalinho a atira de leve à atenção: o que foi? Uma briga lá do outro lado, moça. Melhor não ficar por aqui. Ah, valeu! Obrigada. Já, já vou sair.
Ela sentada olha o mar de gente, sexta-feira, arruma o vestido de flor, quer que não atrapalhe a visão da barriga, talvez querendo a visão do feto. Balbucia mais uns mimos, não se importa com a maré de má sorte dos últimos tempos. Papai já vem, fica quietinho! Não chuta! Olha os seios fartos, as pernas cheias e bem contornadas. Sente-se desejável. Orgulha-se, mas não dá tanta atenção às cantadas típicas daquele local. Tira uma foto com o celular, beijinho para a câmera, vê as nuvens enchendo o céu da tarde. Tá vendo lá? Olha só, aquela nuvem parece um sorvetãooo... Bem grandãooo... Aquele parece um barco, ali um peixinho, nadando no céu, hein, filho? Mais um grupo passa, nada da espera passar. Sem desespero, levantou-se, espreguiçou-se com as mãos na cintura, deu uma volta por perto pra comprar um lanche, pisou na pobre da plantinha outra vez, nem percebeu.
Ela vê o movimento aumentar, gente para lá e para cá. Pena não poder aproveitar esse verão, quando ele chegar, aí sim. Não sentia tédio, contentava-se em observar, as pessoas para um lado e para o outro. Celular descarregou. Porra! E se ele ligar? Acho que não, ele prometeu que vinha, ainda tá cedo, né, filhote? Abre um pacotinho de jujubas, engole umas duas de uma vez e senta num cantinho. Assopra. Ri. Ri para uns dois homens que passam. Um deles percebe, ela disfarça. O rapaz sente algo estranho. Tá passando mal, moça? Não, não, tá tudo bem, brigada... E assopra, morde os lábios num desajeitado sorriso de gratidão, estragado por um espremido e indesejável ai. E um mar de gente cruza, mal liga, quase chuta, como quem chuta as plantinhas amassadas nas frestas das calçadas. Uns dois se assustam, correm. Até uma mulher meio trêmula correr para perto. Assopra. Calma, papai já chega... Ai... Que que ela tem? Eu não sei, eu... Corre, pede ajuda! Ai... Calma, respira fundo, minha senhora. Ai...
Ela assopra com mais força, com mais desespero, exibe um sorriso meio chocho, segura os ais com todas as forças. Um policial chega, não sabe o que fazer. Já uns mais desocupados cercam a cena. Uma gota de lágrima cai, uma de sangue também. As flores do vestido manchadas, murchas, não mais tão vivazes. Ai... Calma, minha senhora! A mulher rasga um pedaço de pano, segura as pernas. O sangue ferve, escorre, uns dois pivetes que saíam do trem começam a rir. Calor... Ai... O policial pede espaço. Ela grita mais alto, já sem segurar, como se visse os zunidos das pessoas. Os dois rapazes dizem ter chamado uma ambulância. Outro trem vai partir, as pessoas se apressam. Uma senhora pede o celular dela. Quem sabe se chamar algum parente... Não consegue. O trem parte, as pessoas evaporam. Ela cava o chão com as unhas. Ai... Força... Um outro passa com um isopor. Alguém compra água, joga no corpo, dá de beber. Bebê. Calma, papai já vem. Sai um trem, chega outro mais. Um grito maior, pra dentro, engolido, engasgado no choro. Um mais sensível chora. Chora a criança, nas mãos da senhora que passava. O cordão, a gente tem que cortar, arranja algo! Arranja! Um arranjo foi feito com um canivete do policial, mais água pra limpar. Três de branco entram na estação, abrem uma maca pra levar a moça até a ambulância. Não! Eu não vou! Me deixa em paz! Ele já vem! Ele quem? Ele já vem. A outra mulher, com as mãos manchadas do sangue por baixo do vestido de flor, deixou escorrer uma lágrima. O policial não sabia o que fazer. O bebê chorava. Calma, papai já vem. Os homens a agarram, uma injeção, ela reluta, puxam o bebê, ela reluta, esperneia. Não! Não! Ela se acalma, aos poucos pára, olha grogue para os curiosos, sorri. Tenta falar enquanto os demais aplaudem a mulher que prestou socorro, ainda muito tensa. Tenta falar enquanto é posta na maca...
Respira...
Calma...
Papai já vem...
Papai...
Já...
...
As pessoas correm, outro trem vem chegando, a areia quente trazida nos pés dos outros exalava o cheiro da paisagem, um tanto maltratada pelo descaso cotidiano. Umas poucas plantinhas, insignificantes, as coitadas, acenavam sem sucesso. Tudo bem, eles estão ocupados, mas um dia olharão para nós. Todos correm, já é hora. Um homem vende água, outro picolé. O policial conversa com a mulher com as mãos sujas de sangue, oferece-se para ajudar na limpeza. Você vem sempre aqui? Claro, é caminho pro trabalho. É mesmo, é? Trabalha onde? Lá na zona leste, perto...
A conversa vai baixando, tornando-se insignificante.
O mar de gente vai e volta.
Tocando o barco.
14/06/2010
Sobre "Despertar"
12/06/2010
Livro I; Cap. VIII - Despedida
- Quanto mais ajuda, melhor - disse ela, entregando-lhe um enorme tomo de capa dura.
- Este é seu grimório?
- Foi. Hoje tenho outro; mas este pode lhe servir, pois contém os segredos de várias mágicas elementares, bem como de algumas mais úteis.
Zephir agradeceu. Ao dar as costas Chizuru retomou:
- Espere!
- O que houve?
- Acho que um clérigo em seu grupo seria muito útil. Procurem por um alido meu.
O mago elfo pensou em negar, afinal tinha um irmão na sua vila Tésalus Carah, que poderia dar conta do recado. Porém, pensou bem. Seria ariscado, ele ainda era bem mais inexperiente, e também poderia ser útil para proteger a sua vila natal, assim como Chizuru fazia com Astar.
- De quem se trata?
- Procure na próxima cidade ao norte por Hildegard Roxedus.
- Hildegard? Como ele é?
- Logo você saberá. Apenas um conselho: pode não parecer, mas ele é realmente um aliado.
Zephir franziu sua testa e fez que sim com a cabeça; em seguida correu para alcançar os colegas. Logo se deparariam com o clérigo Hildegard.
10/06/2010
A poesia macabra no Silêncio Interrompido (parte final)
De mais, tivemos uma clássica rodinha de violão no fim da festa, regada a vinho e Legião Urbana aos montes. O saldo geral do recital foi muito acima da média, com poucos imprevistos. O mais destacado destes foi o costumeiro atraso, mas felizmente isso não causou sérios danos. O público saiu satisfeito e - queira os deuses da arte, que alguém por lá tenha saído infectado pelo vírus mágico da arte e nos renda bons aplausos oportunamente.
Parabénsa todos! Aguardemos o próximo!
09/06/2010
A poesia macabra no Silêncio Interrompido (parte III)
Em seguida, o microfone foi abertos a todos os poetas e quem mais quisesse deixar o seu recado, contando com a presença de poetas de Goiana, Recife, e Itambé. Impressionou o número de poetas que apareceram, que tiveram oportunidade de estreitar ainda mais os laços de amizade entre si.
Próxima postagem: ritmo e poesia para encerrar!
Acervo pessoal.
08/06/2010
A poesia macabra no Silêncio Interrompido (parte II)
Amanhã traremos o recital!
Foram exibidos os vídeos:
Autônomo do Fênelon - David Borges - [ goiana ]
Caldeirão Lisérgico - Leo Chaves & Malungo - [ recife ]
Grito de Socorro I - David Borges - [ goiana ]
Grito de Socorro II - David Borges - [ goiana ]
Leviatã - Camilo Cavalcante - [ recife ]
07/06/2010
A poesia macabra no Silêncio Interrompido (parte I)
05/06/2010
Entrevistando Talles Azigon
O mundo dos blogs faz surgir muita gente legal, entre elas temos Talles Azigon, poeta de Fortaleza que mostra grande sensibilidade e disposição para uma boa conversa. O resultado dela vocês conferem, aqui e agora.
Wander - Como é de costume, antes de mais nada fale um pouco sobre você para os leitores do blog.
Talles - Olá, pessoas! Sou Talles Azigon, tenho 21 anos, sou apreciador das artes, amante do teatro, ator amador e arrisco na poesia, sou poeta por teimosia.
Wander - Quais são sua influências? De onde vem a inspiração para sua poesia?
Talles - Manuel Bandeira é com toda certeza o Poeta mestre, foi ele que fez toda a diferença em minha vida, desde o momento em que li seu poema "Pardalzinho" tudo se transformou, eu parei e disse para mim mesmo "é isso que eu desejo fazer, encantar as pessoas com belas palavras".
Eu busco inspiração das coisas mais cotidianas e dos sentimentos mais profundos, das palavras de minha mãe, do amor provocante que arde dentro de mim, existe um milhão de coisas no mundo que estão apenas esperando para virar poema.
Wander - Como você vê a poesia nos dias de hoje?
Talles - A nossa Prima-dona esta meio esquecida, não pelos corações apaixonados e sim pela mídia, hoje somos mídia, vivemos de mídia, quando escuto alguém dizendo “eu não gosto de poesia” eu sei que naquela expressão tem mais falta de conhecimento do que o locutor pensa, quando fiz alguns trabalhos de recitais ao ar livre eu vi como as pessoas se impressionam escutando alguns Drummonds, Bandeiras, Quintanas, se nossa poesia vive ofegante é por pura falta de divulgação, se os nossos professores tivessem mais intimidade com a poesia e passassem isso para os seus alunos as coisas começariam a mudar, isso exige uma mobilização nacional.
Wander - Depois da popularização da internet, muitas portas se abriram para os artistas em geral. Conte-nos como é sua relação com a internet.
Talles - Eu não temo dizer que muita coisa hoje vive por causa dela, a internet salvou muitas almas perdidas, ela começou a reconstruir o que a televisão destruiu, e hoje se eu tenho vontade de continuar a escrever é devido a ela, pois foi através do meu blog que vi que o que eu fazia agradava as pessoas, Porém vale lembrar que existe um mundo lindo lá fora nos esperando, com um sol maravilhoso ou uma chuva doce e fria querendo nos banhar.
Wander - Geralmente pergunto isso também: o que você tem lido ultimamente?
Talles - Tenho lido muitos blogs, leio também o meu Estrela da Vida inteira de Manuel Bandeira (Que é a minha Bíblia), leio Drummond, Quintana, Saramargo, Gabriel Garcia Marquez, Rachel de Queiroz e outros escritores cearenses, meu quarto está mais para biblioteca pública do que para quarto.
Wander - E quanto à música? O que você tem ouvido?
Talles - Minha lista está sempre entre Mpb e rock alternativo, gosto de escutar as rádios, principalmente a universitária da minha cidade; tem muita variedade, se eu ficar só nos meus CDs eu fico muito preso, no meu pendrive tem:
Maria Bethânia, Ana Carolina, Adriana Calcanhotto, Chico, Caetano, Strokes, Kaiser Chiefes, White Stripes, Kooks, REM, Marina Lima, Lilly Allen, ABBA, Franz Ferdinand, Poemas Recitados, entre outros.
Wander - Aqueles que trabalham com literatura, especialmente em blog, sentem de perto que poucos são os que conseguem compreender o que é posesia. O que você acha que poderia ajudar a acabar com isso?
Talles - Eu cito o grande Quintana: Mas para que explicar um poema? O poema já é uma explicação, eu sou partidário da poesia pra comer, acredito que o poema deve ser sentido, se lido com seriedade ele sempre provoca sensações, a poesia moderna nos deu esse presente, Parnasianismo nunca mais, nada de poesia para ser entendida, poesia somente para ser sentida!
Wander - Deixe uma mensagem para os leitores aqui do blog.
Talles - Não perca esse mundo de possibilidades que se chama Blogsfera, sei que você vai achar muita coisa ruim, porém tem muita gente boa, fazendo muita coisa boa.
E quando for ler umpoema, leia-o com seu conhecimento de vida, ele com certeza irá falar com você, ele nunca irá te deixar sem resposta.
Wander - Obrigado.
Fotos cedidas pelo própiro artista.
04/06/2010
O casamento entre blogs e literatura (parte I)
Você tem um blog desta linha? Conhece algum que visita sempre? Debatamos então.
03/06/2010
Livro I; Cap. VII - Parn. Que lugar é esse?
Kailan, o bardo, levantou-se da cama onde estava, na casa de Chizuru. Esta, por sua vez, não soube explicar coisa alguma.
- Como pode? Não fizemos nada para que se curasse!
- Realmente, Chizuru - falou Zephir. Não conseguimos nada que pudesse servir para curá-lo.
- Ainda apanhei que quase morri - completou Saruman, lembrando do embate com Dinobiú.
- E no entanto ele acorda de uma hora para outra, e ainda por cima pronunciando esta palavra.
Chizuru, respirou fundo. Já sabendo que lhe perguntariam o que significava aquela palavra, adiantou-se:
- Parn é o nome de uma cidade muito distante, uma cidade proibida. Não se sabe muito dela, apenas que tudo e todos impedem você de ir até ela. Dizem alguns que ela guarda um segredo que poderia por em risco todos os reinos. Por isso, acho que é de interesse dos reis e grandes líderes que ninguém vá até Parn. Aliás, a cidade fica no continente Sul, muito longe daqui. Espero que nunca precisem ir para lá.
- Mas não acha muito estranho, Chizuru, que o bardo acorde falando sobre essa cidade? Parece até um chamado!
- Chamado ou não, Zephir, não devem tentar ir para lá. Todos os que se atreveram são interceptados pelo caminho.
- Isso porque não se encontraram com meu machado! - bradou Dankill.
- Seremos os primeiros a chegar lá.
- Legolas, vocês não seriam os primeiros. Várioa até conseguiram, mas desapareceram por lá há anos. São dados como mortos. Quem vai até Parn, dizem, jamais volta.
- Afinal, o que há de tão importante lá?
O bardo se levantou, puxou para trás seu enorme cabelo - batia no chão - e recolheu sua sanfona do chão dizendo baixinho.
- O segredo... Temos que descobrir o segredo...
01/06/2010
A importância da verossimilhança (parte II)