25/02/2010

A fúria cotidiana (parte I)

Explico agora o que quero dizer com fúria cotiana e exponho como ela caracteriza as minhas narrativas. Tenho como fúria cotiana uma espécie de força imaginária que nos faz querer a todo custo a manutenção da ordem, edo alinhamento, na busca de um panorama totalmente coordenado, sem falhas, perfeito. Tem gente fã de Freud que logo associaria essa força a nosso superego, por este ser responsável pela estabilidade de nossa consciência. A fúria cotidiana é uma força que parece por tudo nos eixos. Com certeza você conhece alguém que lida com ela. Você mesmo já deve tê-lo feito, mesmo que sem perceber ou dar nome aos bois como fiz. Se viu essa fúria, parabéns! Você está consciente e então pode lidar com ela (talvez não fugir, depende de cada um). Entretanto, a maior parte das pessoas é arrastada por ela, acabando alienado e sem a percepção real das coisas. No fim, a fúria se alimenta dessa falta de percepção, que impõe uma posição determinista ao ser com quem se depara. O ser deixa de ser importante. O mais importante é o dia-a-dia, a manutenção na taxa de suicídios, o tempo do banho por uma consciência ambiental, o agrupamento em turmas de iguais, as mesmas roupas, ser original sem se dar conta de que segue um padrão já imposto e ainda assim se sentir feliz devido à falta de percepção (deve ser daí que tiraram que o conhecimento está associado ao demônio, hehe). Os valores mudam, manter a ordem é mais importante, tudo deve estar em harmonia, caos não deve ser tolerado.
Depois continuo, pois a fúria cotiana me empurra para trabalhar.

2 pitacos:

Pois bem, Sr. Shirukaya, eu só não tinha dado nome ao boi furioso.
Forte Abraço com admiração!

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