"Ascensão e queda": romance de estreia!

Saiba como adquirir seu exemplar.

Contos de Wander Shirukaya

Para aqueles que querem conferir o que tenho escrito, dêem uma olhada aqui!

Tergiverso

Sensualidade em forma e conteúdo aguardando sua visita.

O híbrido e a arte

Animes, cinema e literatura

Procurando entrevistas?

Amanda Reznor, André Ricardo aguiar, Betomenezes... Confira estes e tantos mais entrevistados por Wander.

31/07/2010

Livro I; Cap. XII - General Heidegger e o grande torneio

O grupo então descobre que o General Heidegger é homem de confiança do todo poderoso Sumosacerdote do deus da guerra e regente d Kandarah, Rorudan. Heidegger está neste posto há muitos anos, comandando toda a milícia local, liderando tropas em antigas guerras civis. Ele estava rondando o porto para averiguar a chegada de alguns lutadores importantes.
- Quer dizer que vai haver um torneio na cidade?
Zephir se animou quando o bilheteiro lhe informou que sim e sobre o prêmio: uma grande quantia em dinheiro e mais uma raríssima armadura.
- A armadura do Dragão Vermelho...
- Pena que não deve servir para mim - falou Zephir.
- Isso não é problema, nós vendemos ela.
- Tenho que concordar com Milo - disse o bardo Kailan. - Assim eríamos uma boa grana para viajar.
- É, então vamos fazer nossas inscrições agora mesmo.
Zephir e os outros rumaram para a Arena de Dornkill, onde dentro de alguns dias se iniciaria um grande torneio, envolvendo grandes personalidades na arte da luta. Com certeza, seria uma ótima maneira de testar suas habilidades, e de quebra conseguir o dinheiro para a longa jornada.

28/07/2010

Conto, câmera, ação! (parte II)

Prossigamos agora com mais de nossa discussão sobre relação entre literatura e cinema.
Muitas vezes ao falarmos das famigeradas "versões" de textos literários para o cinema, nos deparamos com comentários do tipo "ah, o filme não chega em aos pés do livro", ou "se você leu o livro então nem assista ao filme, ele não é fiel, é uma porcaria". Não importa se falamos de grandes clássicos da literatura ou de best-sellers chinfrins com vampiros brilhantes, a conversa é sempre a mesma: o filme é horrível e muitas vezes por não ser fiel ao livro de origem.
Bom, o que temos que ter em mente ao compararmos (a comparação sim é inevitável) um texto literário à sua adaptação fílmica, é que nunca devemos cobrar fidelidade por parte do diretor do filme. Há até nossos dias extremo preconceito com relação ao que é adaptado, o que se agrava devido a nosso desconhecimento de como fazer uma comparação mais interessante. Sendo assim, tiremos da cabeça que o filme é sempre o vilão: o filme, apesar de nascido de outra obra neste caso, é uma recriação, e como tal, não deve nada a seu texto de origem. Há muitos casos em que o livro realmente é mais interessante que sua adaptação fílmica. Mas e quando nos deparamos com o clássico Laranja Mecânica (foto), de Kubrick, adaptado do livro de Anthony Burgess? Sabe-se que o livro veio primeiro, mas mesmo assim foi o filme que entrou para a galeria de obras inesquecíveis de nossas memórias.
Enfim, dizer que livro é superior só por ter "nascido" primeiro é uma baita maldade nossa. Precisamos utilizar simples métodos para comparar melhor sem termos de de perguntar "o que o coitado do Diretor fez com meu livro preferido". Que métodos seriam estes então? falemos neles em nosso próximo encontro.

A grande amiga Karla Hack promove hoje uma discussão também sobre cinema! Confira, basta clicar aqui!

27/07/2010

Mais um evento a caminho!

Notícia rápida para vocês: neste dia 14/08/2010 teremos um grande encontro de poetas, leitores, contistas, professores e demais amantes de literatura para um grande sarau integrado, no qual além de haver o microfone liberado para os poetas de plantão, teremos comunicações e mostra de vídeos, tudo isto ocorrendo na Casa da Cultura de Pedras de Fogo - PB, a partir das 14:00h. Participarei das comunicações, apresentando o tema Entre a cruz e a espada: o conflito existencial de Antero de Quental através dos textos. Quem puder, dê um pulinho por lá e aprecie. Breve mostro o cartaz da propaganda e mais detalhes.


25/07/2010

Sobre "Momoko"

Pois bem, a fase de inspiração continua. Desta vez aparece em meus textos um protagonista (não uma, como de costume). Ele é um escritor, que conta a sua rápida experiência com a bela Momoko. Depois de ter fantasiado a seu respeito, a fantasia acaba sendo parte da sua realidade quando Momoko acaba por se encantar por ele, iniciando uma relação romântica, mas breve, graças à crueldade que o escritor foi capaz de fazer, enfurecendo a moça. Momoko é um conto dócil, em muitos momentos melodramático, de um erotismo extremamente sutil, que possui um final interessante, mas de nada extraordinário. Ao meu ver, o que o torna bonito é a quantidade de metáforas trazidas pela fantasia do protagonista.
Estou muito feliz nos últimos tempos, literariamente falando. O momento tem sido de grande inspiração, novas amizades tem se construído através das visitas que vocês fazem a este blog. Sinto-me, enfim, cada vez mais honrado em partilhar minhas experiências e opiniões com vocês. Mais uma vez, como sempre, obrigado.

23/07/2010

Livro I; Cap. XI - 30.000 peças de ouro?

- Trinta mil peças de ouro? - abalou-se Zephir ao saber na bilheteria do porto de Dornkill quanto custaria sua viagem para o Sul.
- É melhor a gente desistir.
- Sua cambada de pobres! Como pensam em atravessar o mar e não tem dinheiro! - esbravejou Hildegard.
- Ora, Hildegard. Se você é tal rico por que não paga pra nós?
Hildegard se calou, talvez por não compreender aquilo como uma ofensa, mesmo assim pondo a sua mão na bainha da espada em forma de intimidação. Gimli logo se intrometeu e evitou desastres, dizendo que pecisavam de um meio de arrumar o dinheiro se quisessem mesmo ajudar o bardo e descobrir osegredo da Vila Parn. Quanto ao cantador, observava a tudo ainda tímido, mas desprendeu-se da conversa por pensar estar sendo observado. Olhou para os arredores, todo o porto parecia em paz, nenhuma anormalidade.
- Vamos embora, disse ele. - Acho que vamos precisar trabalhar por uns tempos para...
Um sejeito imponente chama a atenção nas imediações, trajando uma imensa e imponente armadura cor de vinho, tapando cada contímetro do corpo também muito grande, musculoso, como se notava. Ele se aproxima do grupo.
- Saiam do meu frente!
- Quem você pensa que é para falar assim com a gente?
- Hildegard tem razão, bradou Dankill. - Ninguém aqui fez nada pra você falar assim.
- Mas eu falar da jeito que eu quiser, e saiam do meu frente senão serão presas!
- Calma, General Heidegger! Por favor, acalme-se.
o rapaz do balcão da bilheteria o convenceu a se acalmar. Minutos depois o forte cavaleiro deixou o porto mau humorado como chegou. Zephir então foi procurar saber mais sobre o tal Heidegger com o bilheteiro.
continua...

21/07/2010

O casamento entre blogs e literuatura (parte III)

Bom, neste capítulo de nossa discussão fiquei de falar sobre um aspecto especial de nossa geração: a presunção. Admito que ser presunçoso às vezes pode ser útil, mas considero um desastre a perspectiva de quem acredita que já sabe de tudo. Estas mesmas pessoas são capazes de citar o bom e velho "só sei que nada sei" de Sócrates, e mesmo assim não admitir que são apenas mais uma na busca pela escrita perfeita. Acredito que esta presunção seja um grande problema para nossa blogosfera, pois não se consegue estabelecer critérios sobre o que é bom ou ruim, tampouco sobre o que é verdadeiramente literatura. É comum que se pense que escrever poesia é simplesmente expor seus sentimentos, é comum que contos se percam nesse mesmo melodrama e acabem por não cumprir sua principal função: a de contar. Para e pense em quantos blogs você esteve e realmente viu algo de bom, de tocante. A geração de hoje, dentro de um plano geral, busca apenas imediatismo, e por isso acha que por se pendurar nas páginas de internet para ver as notícias em primeira mão pode ser "antenada", e portanto, intocável, muitas vezes não aceitando críticas, independente de sua qualidade no processo de escrita.
É necessário ter consciência de que estamos todos no mesmo caminho, uns já longe, outros ainda no ponto de partida. Isso melhoraria muito a nossa relação entre blogueiros, bem como nos remeteria a buscar aprender um pouco mais sobre literatura, tanto lendo como escrevendo.
Bom, comentem então, o que vocês tem percebido visitando os blogs de literatura?

19/07/2010

Arte e propaganda (parte I)



Saudações, grandes amigos que me visitam. Temos mais uma nova discussão neste blog, sugerida pelo grande amigo Talles Azigon. Trataremos de um tema polêmico: a influência da propaganda, da publicidade, na dança, na literatura, na cinema, nos vários segmentos artísticos. Até onde vender-se é importante? O que é de fato um artista vendido, traidor de um movimento? Ser um artista vendido é bom? Até que ponto devo entender de publicidade para se tornar um bom artista? Pretendemos que questões como as supracitadas sejam debatidas por aqui a partir deste momento.
Para começar, exponho alguns pontos para direcionar a conversa: a publicidade me parece inegavelmente importante para o artista; deixemos de lado um pouco de nossa síndrome de underground e reparemos que grandes artistas como Da Vinci e Goya (foto) trabalharam sob encomenda, não meramente se baseando em sua liberdade e seus insights. E o que dizer de nós, contistas, que muitas vezes recebemos temas sob encomenda para participar de zines ou antologias? Considero então que não há como dissociar arte e propaganda, cabe a nós avaliarmos como usar esta relação de maneira saudável.
Concorda? Discorda de mim? Tem suas respostas para as perguntas aqui levantadas? Manifeste-se, estamos aqui para ler todos os seus comentários.

18/07/2010

Sobre "O canto da harpa"

Ultimamente minha verve tem dados muitos frutos. Mais um deles chega. O conto O canto da harpa traz Amélia, fervorosa e talentosa harpista, morta em sua cama com uma tesoura no peito. O assassino, seu marido, procura maneiras para ocultar o crime, mas é interrompido. A harpa soa na sala, o som se aproxima com mais força do quarto. Não há mais ninguém em casa, quem então tocava? Entre suas dúvidas o marido teme algo que não sabe bem o que é; também teme que alguém ouça algo na vizinhança e o denuncie. Mais um para a minha lista de contos fantásticos, O canto da harpa é carregado de uma estranha tristeza.
Fico feliz por me sentir inspirado de uns tempos para cá; há incentivos externos, por parte dos leitores. Há um estímulo maior, pois tenho buscado experimentar elementos ainda não tão bem explporados, ao menos por mim. Espero produzir ainda mais e cada vez melhor.

17/07/2010

Livro I; Cap. X - A chegada à capital

O caminho não foi tão simples, enfrentaram todos uma série de monstros estranhos das planícies de Kandarah Menor, mas ao chegarem nas regiões de Kandarah (a maior, a parte rica do continente) as coisas mudaram. Não havia tantos monstros, mas a paisagem seca causou alguns problemas para que chegassem a Dornkill, capital de Kandarah. Tendo passado por algumas aventuras em pequenas cidades do caminho, Zephir, Milo, Legolas, Dankill, Saruman, Gimli e Hildegard chegaram à enorme cidade.
Dornkill era uma cidade muito famosa, não apenas pelo alto custo de vida (cerca do triplo de outros locais próximos), mas também por ser a morada de outro sumo-sacerdote, este também regente de Kandarah, o poderoso Rorudan.
A grande cidade impressionava muitos que ali chegaram; Hildegard já parecia familiarizado, pois havia nascido por estas bandas e passou a vagar depois de perder toda a família em guerras. Saruman procurou de imediato algum local que vendesse alguns itens poderosos, achava necessário se armar para a jornada que passaria. Gimli resolve chamar os demais para procurar um local de preço acessível para se hospedarem e em seguida procurar de maneira discreta uma maneira de chegar à Parn.
- A gente precisa pegar um barco.
- Concordo com você, Legolas, falou Milo. - Já que fica em outro continente teremos que arrumar um barco para irmos para lá.
- Certo, companheiros. Iremos logo mais.
Zephir sugeriu um pequeno descanso e almoço, já imaginando se suas peças de ouro seriam o bastante para a travessia de barco.
continua...

16/07/2010

Anos 00: o que houve? (parte IX)

Continuando minha apresentação da poucas coisas boas e originais que apareceram ao mundo da música na década de 2000, trago-lhes aquela que julgo ser a menina dos olhos da referida época. A enorme (sim, afinal são 7 integrantes) banda canadense criou um som próprio, cheio de emoção sem esquecer de trabalhar a forma das canções. O Arcade Fire não seguiu as tendências indie de plagiar o Who, o Zeppelin e outros dos anos 60, e acabou criando obras muito belas, sendo enquadrado pela mídia no baroque pop. Apesar de Neon Ballrom não deixar a desejar, vemos que a verdadeira obra-prima de Win Butler, Régine Chassagne e cia. é Funeral (2004).
Passando a se popularizar pegando o embalo daa difusão da internet rápida que temos hoje, não demorou para que grandes artirtas como David Bowie se manifestassem elogiando o grupo, que fazia rock alternativo, mas com vários elementos de câmara e instrumentos pouco comuns do rock, como xilofone, violino, cello e órgão. Logo a banda conseguiu resultados grandiosos, o primeiro álbum, Funeral, já é visto como um dos grandes clássicos da década, um álbum alegre, mas com um quê de tristeza, de saudosismo, melancolia. Caros amigos, se há formula para a perfeição, podem crer que o Arcade Fire deve conhecê-la ou pelo menos está bem próximo disso.
Para recomendar, deixo a já clássica "Wake up", com a participação do já citado camaleão. Apreciem e busquem. Funeral os aguarda.





13/07/2010

A fotografia*


Eu ficaria muito feliz se conseguisse reduzir o que sinto numa fotografia. Ali ainda não seria o caso, talvez chegasse perto. Mais pra esquerda, mãe! Junta esse aí que eu não sei o nome! Calma! Não empurra!

Faria um dia daqueles, a explosão de fotossensibilidade se agrupando numa harmonia de arrancar suspiro, pouco sol, o suficiente para o brilho natural de uma captação bem feita. A grama sorriria, as flores nem se incomodariam com o câncer de pele carregado no canteiro dos hospitais. Até as rachaduras das paredes ao longe parecendo dizer xis. Sorririam mais que felizes. Diga xis! Não! Não! Calma! Mais pra cá! Você tá cobrindo a Marta, cara! Vai pra trás porque você é mais alto.

Ele se importaria? Estaria apenas centrado numa boa foto, com a turma toda reunida, não repararia em algumas pessoas insignificantes. Droga! Mesmo assim acharia bom, seria um deleite, as coisas caminhariam para um final feliz. Pára de se mexer! Desculpa! E a música lá no fundo, é linda, né? E cantaria com aquele inglês horrível da minha escola. Todo mundo me mandaria parar, se irritariam por não entender minha felicidade. Ele olharia para os lados, desconversaria, afinal, não seria de sua conta, não é verdade? Um fotógrafo com boa fama pela cidade. Ele consegue fotografar até sua alma, as dondocas da alta falando quando de cara com o resultado. Um dia eu conseguiria... Seus resultados, incríveis. Estou emocionada com essa foto! Quando você vem tirar mais? Escuta, eu tenho uma filha linda, ela quer ver se tem jeito pra modelo, tá até de regime, você não quer fotografá-la? Ele repararia nessas, mas não na sua foto mais importante. Eu o faria, com certeza.

Eu teria a chance do perdão, nunca mais reclamaria, ele me amaria outra vez. A praça, os gritos... Por que será que as pessoas não conseguem enxergar coisas assim? Eu quero a família, a paz, o amor, a ordem e o progresso – meus ditos comuns àquela época. O vento da tarde ampliaria a beleza da fotografia, meus cabelos voariam brilhantes, atiraria meu lenço que me sufocava o pescoço às alturas. Diga xis! E os arredores diriam. As estátuas da praça, os muros caindo, as grades esfaceladas de tanto sacudir se envergariam em forma de um largo sorriso. Vocês tão se mexendo demais! Assim a foto vai ficar ruim! Aproveita a posição do sol, a luz tá perfeita! Os policiais passando se esconderiam, as cáries se ergueriam para ficar bem na foto, eu nem se fala... A praça os gritos, a turma, ele lá...

Seria bom se prender totalmente nessa foto... Pra que meus erros se guardassem lá, para que não me massacrassem tanto... Quem mandou dizer o que não devia? Isso não é papel de uma mãe, ainda mais naquelas circunstâncias. Sai da direita, mãe! Assim você não vai sair na foto! Olha, lá vai, hein? Prontos? Lá vai!

- Xiiiiiiiiiiiiiiiiisss!!!

Flash!

Seria tudo uma maravilha, mas isso é só uma hipótese. Se eu soubesse ao menos onde você foi parar esses anos todos...


[Wander Shirukaya]

12/07/2010

A importância da verossimilhança (parte III)


Já nas conversas anteriores entendemos que nem sempre a verossimilhança nos será a pedra fundamental de um texto literário, mostramos exemplos baseados em coisas que aconteceram com pouco e nenhum nexo, e dentre estes temos agora os textos fantásticos.
Primeiro saibamos que não é tarefa das mais fáceis identificar esse tipo de efeito em uma obra, pois as condções para tanto são bastante restritas, recomendando então leituras complementares (como as de Todorov) a quem quiser entender melhor este mundo, seja para se tornar um leitor melhor bem como para escrever textos desta linha. Em resumo uma obra fantástica tem uma situação de tensão criada pela presença de certos elementos que destoam da realidade, não sendo aceitados como tal nem pelo leitor nem pelas personagens da história. Geralmente histórias desta linha tem elementos de terror, sobrenaturais, da ficção científica ou meramente algo que pareça ser algo. Sim, na literatura frantástica tudo se sustenta na dúvida que não desaparece nunca. Um grande exemplo é "Casa Tomada" conto de Cortázar, já citado neste blog.
Pois bem, o que quero mostrar é que textos fantásticos muitas vezes se basearão na inverossimilhança para criação de seu impacto. Nem por isso o texto deixará de ter qualidade. Quando o autor sabe o que faz, a inverossimilhança não passará de uma ferramenta (muito útil) em suas mãos, deixando de ser vista como erro. Lembremos que erro de propósito não é erro - é intenção. Isso deveria ser levado mais a sério, especialmente pelos amantes da literatura.
Breve tem mais!

11/07/2010

Geisiara Lima no Papéis de Circunstâncias

O projeto Pepéis de Circunstâncias Online acaba de ganhar mais um colaborador. A poetisa e desenhista Geisiara Lima, que por sinal já foi entrevistada aqui, acaba de integrar a equipe com seus desenhos. Dona de uma predileção por criar significado em cima de linhas estranhas, a artista agora investe em um projeto no qual usa ferramentas simples para compor seus desenhos cheio de simbolismos. Aos que quiserem conhecer um pouco desses desenhos, temos um neste post, mas muitos outros servirão para ilustrar tanto o blog quanto a versão impressa do Papéis Online. Observem e deixem seus comentários.


Fotos cedidas pela prória artista: (1) Geisiara Lima.
"Libertar", 2010.
(2) a prória artista.

08/07/2010

Sexo e violência, baby! (parte IV)

Sim, meus amigos: Jesus saiu na capa da Playboy. O impacto foi muito forte no sentido negativo, como era de se esperar, dado o choque moral que nos é apresentado neste ensaio fotográfico exibido na versão portuguesa da revista, em homenagem ao nosso grande José Saramago. Mais à frente comento um pouco este inusitado acontecimento, por enquanto atenhamo-nos à discussão costumeira. O post trouxe esta matéria por ser bastante recente e também por caber como luva a nossas ponderações sobre uso de sexo e violência como forma de expressão artística. É verdade que geralmente falamos da obra que usa o sexo, no caso aqui o sexo é a própria obra, que usa a figura ilustre de Jesus Cristo para causar uma forte tensão que lhe garantirá grande impacto (e propaganda também). Vejam o poder que tem o sexo, a nudez, o erotismo em relação à cena. Não há, ao meu ver, como negar que ela contribui para que nossa atenção se vire para o que foi fotografado, para a obra em si.
Só para deixar expressa minha opinião a respeito, até que me parece interessante, tanto a capa quanto o ensaio todo (vi as fotos pela internet). Porém o propósito do ensaio me parece mais pretexto, sim, pois me parece mais coisa de quem quer simplesmente chocar, sem muito produzir além desse primeiro impacto. As fotos me parecem muito belas, mas de intensidade não duradoura, passado o choque, fica claro que logo mais a imagem se dissipará. Além do mais, vale salientar que o ensaio me parece deslocado no espaço, ou seja, ficaria melhor para uma revista de artes plásticas, não numa revista onde bem sabemos que o público-alvo quer coisas bem mais picantes do que figuras envolvendo literatura e religião (confesso nunca ter lido o Evangelho Segundo Jesus Cristo de Saramago, para melhor analisar a coisa toda, vou ficar devendo). Fora isso minha fé está sempre bem separada destas coisas, não servindo de pretexto para rechaçar ou elogiar obra alguma, como deve ser. Bom, comentários abertos a vocês.

Selos

Recebi este selo do amigo João Victor Borges, do Blog Anpulheta. Como este é meu primeiro, fico muito feliz e agradeço muito a indicação. Indico mais alguns blogs ao prêmio:

Projeto Papéis de Circunstâncias, encabeçado por Talles Azigon, e no qual sou colaborador;
http://papeisonline.blogspot.com/

O blog de poesias mais tortas que já vi, da amiga Kenia Cris;
http://poesiatorta.blogspot.com/

Blog cheio da boa poesia, da amiga Tatyana França.
http://projetonulladiessinelinea.blogspot.com/

:)

06/07/2010

Conto, câmera, ação! (parte I)


Nova série de debates começando hoje. Introduzo aqui mais um tema que creio ser interessante, mostrando as ligações existentes entre o conto e o curta-metragem.
Vez ou outro já deixei por aqui alguns curtas-metragens inspirados em contos clássicos da literatura universal. Além deles, há um sem número de adaptações à disposição do espectador no Youtube e demais canais de vídeo da internet. Contos também não são muito difíceis de ser encontrados, o que nos ajuda nesta missão. Aos que tiverem sugestões para esta seção podem deixá-la nos comentários. Como este post serve de introdução, deixo a conversa mais para vocês. Logo mais já trago algumas de minhas visões sobre o tema.

05/07/2010

A fúria cotidiana (parte IV)


A fúria cotidiana é retrato de muitos textos, especialmente contos, crônicas e romances (pelo menos não vejo a sua força como tema de muitas peosias). Mostrei alguns exemplos em nossos posts anteriores nesta série, mas agora mudo um pouco o foco sem fugir do tema, lógico.
Discutíamos sobre como atua a fúria cotidiana numa visão interna, agora passamos a observá-la de forma externa, isto é, qual a relação daquele que escreve em sua prórpia vida com esta fúria de que falo? Acredito que todos concordam que o dia-a-dia atrapalha mesmo, mas a questão é como isso afeta nós amantes das letras e vomitadores de versos, parágrafos e afins?
No meu caso, creio que tem um lado bom; sou daqueles que trabalha melhor sob pressão. Os problemas diários te deixam mais tenso, é verdade, mas parece inspirar ainda mais, porque através deles evitamos um ócio indesejado, como se fôssemos sempre acordados com um "Acorda! Você está atrsado! Você tem que terminar isso ou aquilo!". Quem travalha com prosa, acredito, deve sentir mais estes efeitos, uma vez que creio ser mais como resolver uma poesia de uma vez só.
Aos amantes das letras, ofereço nosso púlpito de comentários. Que relação temos com nosso dia-a-dia em relação a nosso processo de criação?

03/07/2010

Arte: a morte é o começo? (parte final)

Concluindo nossos pensamentos acerca da influência externa que a morte tem sobre a arte, o que pudemos constatar?
Ao meu ver, morte sempre esteve relacionada à idéia de renascimento. E independente de nossa visão religiosa, não nos resta dúvidas que após a morte a vida persiste, ao menos através desta prática do luto coletivo, em que alguém muitas vezes ganha propriedades especiais, muitas vezes até injustas (porque o morto não as merecia ou por ter tido reconhecimento tarde demais). Incontáveis figuras conquistaram seu lugar ao sol apenas com a morte, a idéia que temos do pesar é capaz de construir deuses e erguer templos a verdadeiras aberrações demoníacas das artes (refiro-me aos artistas de má qualidade a que somos obrigados a engolir desde tempos imemoriais). Pense a respeito disso, assim quando aquele artista morrer, analise friamente se vale a pena o luto. Não me refiro à pessoa, mas ao artista. Qualquer morte de qualquer pessoa até deve ser lamentada. Porém, não cometamos a injustiça de dar louros de eternidade em nossas mentes a quem não passou de uma farsa ou mera onda que se quebrou numa praia infestada de óleo. Pensem, meus caros. Somos cada vez mais exigentes com tudo, por que não somos assim com nossos ídolos?
Até mais.

Sobre "Em memória de Angelina dos Santos"


Pois bem, mais um conto terminado: Em memória de Angelina dos Santos é um conto mais simples, porém cheio de tristeza, apesar da cena que descreve. Temos como situação principal a noite de núpcias de Angelina, a protagonista, que como o prórpio texto se encarrega de mostrar, está carregada de beleza, jóias e ouro da cabeça aos pés em um quarto luxuosíssimo. Tudo perfeito, mas ela chora. Angelina não se vê feliz em nenhum momento, o marido aguarda com taças de champanhe à beira da cama, enquanto ela vê sua vida diante do espelho no banheiro. Um conto intimista, com certo toque de erotismo, mas sem exageros. Mais um para a galeria dos meus contos em 2010.

01/07/2010

O casamento entre blogs e literatura (parte II)


Pois bem, meus amigos voltando ao assunto, devo fazer algumas considerações antes de seguirmos com o debate sobre a relação de amor e ódio entre os blogs e a literatura. Em nosso post anterior, conforme comprovei pelos comentários deixado,s vejo que muitas pessoas ainda tem dificuldade em entender o que é literatura, ou ao menos qual a literatura a que nos referimos nesta discussão. Sendo assim, devo alertá-los que neste post não devamos entender a literatura como biografia, coleção de livros relacionada a determinado tema/ assunto; a literatura que nos interessa é a que vemos como um segmento artístico feito através da escrita. Para nortear, posto uma simples definição posta na Wikipédia, que acho satisfatória:

"A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio." (COUTINHO, Afrânio. Notas de teoria literária. 2. ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978. p. 9-10).

De posse de uma definição que nos seja útil, agora relfitamos. Um dos principais problemas que temos com essa liberdade toda que a internet nos proporciona vem desta falta de critérios por parte de quem escreve, o que acaba afetando negativamente quem lê, que passará a achar que o que leu é arte. Muitas vezes encontramos textos muito bons em blogs, mas isso não quer dizer que eles devam ser tidos como literatura no sentido de que falamos aqui. Outra citação que vem muito a calhar, que apesar de ter sido usada com relação à musica, também pode ser ítil em nosso contexto:

"Se você não tem conhecimento, pode sentir algo, mas como irá expressar seu sentimento sem a técnica?" - Yngwie Malmsteen, em entrevista à Guitar Player, Maio de 2001.

Passeio por muitos blogs por aí, vejo blogs com excelente conteúdo, mas às vezes a falta de critérios por parte do blogueiro nos traz certas confusões. Encontrei muita gente boa escrevendo, outras dando seus primeiros passos, outras voando longe já. Não podemos perder de vista a consciência da jornada que é longa, bem como não parar de esturdar, pois assim teremos o aparato técnico para nossos textos. Mesmo que não o apliquemos muitas vezes, precisamos conhecê-los, nem que seja para refutá-los. Pensemos nisso, meus amigos, no próximo post da série falemos mais sobre este descaso por parte de quem escreve, que tanto nos confunde a vida.
Só para constar, este não é um blog específico de literatura, apesar de você encontrar literatura em algumas seções e de boa parte das discussões girar em torno deste tema. Até a próxima.

Acho que ouvi um ganido: por que é tão difícil achar uma letra boa? (parte VI)


Bóia no mar é de graça, é de graça, é de graça (2x)

Eu vou fazer uma ciranda
Pra botar um disco
Na lei do incentivo à cultura (2x)

Mas é preciso entrar no gráfico
No mercado fonográfico (x2)

Mas eu não sei negociar
Eu só sei tocar meu tamborzinho e olhe lá
E olhe lá.

Karina Buhr/ Ciranda do incentivo.



Os que já conhecem nossa discussão sabem que mais um bom exemplo de boas letras vem aí. O que nos será mais interessante é ver a metalinguagem como parte da letra, isto é, temos uma canção falando das agruras de se destacar com a mesma nas mídias em geral. O bom humor é visto em toda a letra da canção de Karina Buhr, que puxei hoje para exemplo, o que dá um ar lúdico a um tema sério e que por muitas vezes, podemos considerar como fator determinante para a qualidade do que vamos ouvir. É preciso ao artista entrar no gráfico do mercado fonográfico, como observa o eu-lírico da letra. Eis um dilema que há muito tempo incomoda o artista, pois o mercado jamais aceitará alguém que não se enquadre na redoma que propaga a indústria cultural. Os útimos versos então são especiais, questionando coisas que até hoje permeiam o inconsciente de quem faz música? Toco tambor, logo sou músico? E quanto à flauta de pífano? Por que a OMB não reconhece isso? O que é OMB? Tudo vem à reflexão, mas sem perder o tom de brincadeira, ilustrado já na "ciranda" do título. Analisando mais profundamente ainda encontramos mais coisas interessantes para o debate, mas me atenho as que já falei linhas antes. Grande letra!
Aos artistas sugiro buscar o mercado, pois é saudável e desejável, mas não prostitua sua arte. Ela ainda é o que faz a diferença.
Em breve, mais letras para discutirmos. Deixo agora um video para animar, desejo a vocês que consigam achar grandes letras como as que mostramos nesta série.


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