"Ascensão e queda": romance de estreia!

Saiba como adquirir seu exemplar.

Contos de Wander Shirukaya

Para aqueles que querem conferir o que tenho escrito, dêem uma olhada aqui!

Tergiverso

Sensualidade em forma e conteúdo aguardando sua visita.

O híbrido e a arte

Animes, cinema e literatura

Procurando entrevistas?

Amanda Reznor, André Ricardo aguiar, Betomenezes... Confira estes e tantos mais entrevistados por Wander.

08/11/2014

Glorificando o híbrido (Parte II)

Atençao! Atenção! A discussão a seguir possui altos níveis de spoiler! Se você ainda não viu/ leu as obras aqui discutidas, cuidado. 


Tudo bem que nessa parte da nossa dicussão nem seria tão necessário avisar sobre spoiler, já que pode se dizer que todo mundo viu a trilogia Matrix. Sendo assim, pulamos uma introdução mais detalhada e vamos olhar mais de perto os eventos finais de Matrix Revolutions, último filme da série. 
Matrix deixou uma legião de fãs, mas também deixou dúvidas e lacunas com sua estética mais preocupada em sugerir do que em afirmar algo. O resultado é que até hoje temos muitas interpretações sobre o desfecho. É quase unânime a opinião de que os acontecimentos do final são bastante confusos, o que me fez lembrar também do desfecho de Evangelion e sua viagem cheia de parabéns. Proposital ou não, a confusão existe e acabou por enriquecer a obra. 
Destre os principais pontos de confusão, podemos citar o fato de a existência de Neo não ser questionada. Na verdade, o tempo todo os personagens nos sugerem que sabem bem quem ou o que Neo é, mas nós temos essa resposta com convicção, ainda mais quando lembramos de que Neo conseguira usar seus poderes fora da Matrix. Caso semelhante acontece com o Agente Smith. A pergunta que fica é: Neo é um programa? Um humano? Tais questionamentos acabaram por fazer com que alguns espectadores acreditassem que a realidade onde Neo vive também estivesse sendo uma simulação, ou seja, a chamada teoria da Matrix dentro da Matrix

O que propomos aqui é que algumas respostas a estes questionamentos podem ser encontradas ao observar os procedimentos narrativos do filme. É possível que em algumas obras fantásticas ou com elementos próximos dele, possuam algo que destoa da linearidade esperada, algo que "não bate" com o que se apresenta, algo que fere e transgride as leis do que o leitor/ espectador define como real. Ele não obedece à realidade, mas no entanto continua lá e, até certo ponto, permanece imcompreensível. Se tomarmos como base essa transgressão da realidade aqui comentada e relacionando-a aos eventos de Matrix Revolutions, é possível ter uma nova interpretação do que é Neo. Ele é o elemento fantástico, ele não é um programa, mas também não é um humano; é, na verdade, uma fusão, um ponto de convergência ou transição entre eles: é o híbrido. De acorodo com o que vemos na série, o híbrido vence, ele é o escolhido, está acima dos demais e, sendo assim, o único a romper com o sistema social que vemos. A revolução vem da união. 
Curioso é que Smith também levanta as mesmas questões, mas ele não quer salvar ninguém: quer corromper, destruir. À primeira vista isso derrubaria a nossa tese, mas por outro lado a enfatiza,  já que ressalta que o purismo de um humano ou programa se mostra insuficiente perto de alguém com as caracteríscas dos dois. Percebamos o quanto de novos caminhos abrimos olhando sobre esse ponto de vista. 
No próximo capítulo, veremos que Matrix não está tão distante assim de Kill la Kill. Até breve!
Segue uma musiquinha aí pra animar.


Continua...

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More