Aqui vamos nós com mais um capítulo da nossa série de posts sobre relações entre conto e curta-metragem. Breve farei um estudo ainda mais elaborado e prometo colocá-lo aqui para vocês; por hora vamos observar um conto e um curta de que já falei aqui anteriormente.
Em "Casa Tomada", do escritor Julio Cortázar (foto), somos expostos a uma das grandes histórias da literatura fantástica. A história nos apresenta algo de muito estranho acontcendo dentro de uma casa, mas seus moradores não nos explicitam, tempouco saber do que se trata; apenas o assombro e a incerteza pairam no ar e são projetadas ao leitor. No curta, o mesmo efeito é abordado, mas usando-se de procedimentos um tanto diferentes. O conto se ampara na paralipse para construir o fantástico. Apesar de o curta usar também de recursos paralípticos, esses não são alcançados da mesma forma, são explorados recursos típicos do cinema, como as mudanças de planos e dos efeitos de som, que garantem suspense, originalidade, sem necessariamente se escorar na idéia errônea de ser fiel a todo custo ao conto. Evidente que temos aqui essa fidelidade, mas ela está totalmente subserviente à genialidade do diretor. Repare também, ao ver o curta, que a câmera em muitos momentos se põe numa posição de "espreita" com relação aos protagonistas, aumentando o clima de suspense e garantindo que o fantástico não se desfaça. Bom, deixo vocês com o curta, aos que ainda não conhecem o conto, leiam aqui.
2 pitacos:
boa dica, wander.
Sou um "curtista". Acho uma forma muito interessante de fazer cinema.
abraço
Ooo, valeu, grande Jairo!
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