06/11/2011

Como foi o Fantástico em Pernambuco


Saudações, grandes amigos. Depois de um tempinho curto ausente, trago para vocês um relato do que rolou de mais legal no I Seminário de Literatura Fantástica de Pernambuco, ocorrido nos últimos 03 e 04 de novembro, no CAC/ CFCH da UFPE.

Ficou provado que a academia vem mesmo se importando cada vez mais com esse gênero que por muito tempo foi visto com maus olhos. Percebemos isso desde a participação de nomes de peso da crítica/ produção de litfan brasileira, a saber, Karin Volobuef, Maria Cristina Batalha e Braulio Tavares, que por longas e prazerosas horas discorreram sobre o assunto para auditórios totalmente lotados - algo realmente inesperado.
Abrindo o evento, a pesquisadora Maria Cristina Batalha, da UERJ, exibiu um panorama do fantástico no Brasil, propondo novas tipologias para este, inspiradas nas diferentes abordagens adotadas pelos autores nos últimos séculos. Tivemos também o lançamento de seu O fantástico brasileiro: contos esquecidos (Caetés/RJ), antologia reunindo narrativas que se perderam por motivos diversos, contando com a presença de grandes ícones da literatura, tais como Lima Barreto, Machado de Assis e Aluísio Azevedo.
Já Karin Volobuef brindou o público em sua palestra com detalhes da vida do homenageado do evento: E. T. A. Hoffmann, por muitos tido como o pai do fantástico. Detalhes de sua vida difícil na Alemanha, a influência do romantismo em sua obra e desta em artistas diversos que o sucederam foram explicitadas. Karin também lançou Mito e magia (Unesp/SP). Encerrando o evento, o escritor Bráulio Tavares conduziu um papo muito bem humorado sobre a ficção científica, cyberpunk e afins no país. Outro assunto debatido em detalhes foi a produção de antologias do gênero, ressaltando as dificuldades de organização, as editoras de destaque e os problemas na tradução de contos sci-fi para o português.
Como também fui soltar o verbo, cabe dizer que minha apresentação repercutiu bem, também com auditório cheio. A maior parte das comunicações apresentadas impressionou pela maturidade. Poucos foram os trabalhos que deixaram a desejar. Dentre os bons, vimos  muitos autores nacionais representados e os grandes nomes mundo afora, Borges, Cortázar, Hoffman, também foram tematizados. Chamou a atenção também uma série de trabalhos intersemióticos, como os que estudaram a influência do fantástico na música clássica, em especial em Mozart, Berlioz e Paganini, como também no cinema e nos jogos de RPG. 
Bom, detalhar tudo aqui renderia uma série muito extensa, o que talvez cansaria vocês, leitores. portanto, fiquem com a certeza que hoje é dia de litfan, bebê. Parabéns ao professor André de Sena, organizador do seminário. A arte agradece. Sigamos em frente, pois muita coisa boa ainda está por vir.


Fotos: (1) Stephen King's IT! Exposição de artes de temática fantástica no Hall do CAC/ UFPE. Infelizmente não peguei o nome do autor da tela. Se alguém souber, informe-me para que eu lhe dê os devidos créditos; (2) Karin volobuef em discurso; (3) eu e Mª Cristina Batalha;(4) mesa composta para as apresentações no auditório;(5) eu e o grande Bráulio Tavares.

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