07/11/2011

A fidelidade em debate (parte II)

Como disse anteriormente, o tema desta série de postagens é muito interessante pela polêmica que gera, visto os comentários de nosso episódio anterior, no qual até afirmaram que a literatura era uma arte superior e aceitar sua evolução mais avançada perante as outras artes era algo necessário. Bom, sigamos com mais detalhes. 
Adaptar um texto não é uma coisa muito simples, embora estejamos adaptando-os já há muitos e muitos séculos. Embora falemos muito sobre a adaptação de texto literário para texto fílmico, a de maior evidência sem dúvida, podemos adaptar tanto textos do mesmo suporte entre si (reeescrevendo contos de grandes autores, por exemplo), ou adaptando textos de seguimentos artísticos extremamente dissonantes (como seria adaptar sua canção favorita para um jogo de PS3/ Xbox 360?).  Durante nossa observações, dificulta ainda mais termos de nos apegar a três coisas: conhecimento das especificidades do texto A, do texto B e da relação criada a partir da adaptação, levantando seus pontos fracos e grandes procedimentos. Baseando-se nisso, fica muito difícil para nós nos apegarmos exacerbadamente à "fidelidade" como critério de avaliação. 
Voltando à relação clássica literatura-cinema, mostro como exemplo uma das histórias de vampiros mais belas dos últimos tempos (não, não é Crepúsculo, desgraçado leitor): trata-se de Deixa ela entrar (Let the right one in, escrito em 2004 por John Lindqvist), adaptada para o cinema tanto pelo sueco Tomas Alfredson, em 2008 (foto), quanto pelo hollywoodiano Matt Reeves em 2010. Como temos a oportunidade de observar duas versões do mesmo texto literário para o cinema, fica então mais fácil perceber as nuances estéticas de composição a que deveríamos nos ater. A saber, ambos os filmes têm forte similaridade com o texto-fonte. Entretanto, o resultado é bastante adverso. A versão sueca é mais densa, lerda, enquanto a norteamericana é mais ativa, pirotécnica e cheia de efeitos especiais. Logo, o que fica para nós, já que vemos a fidelidade aí em segundo plano, é perceber como os recursos escolhidos pelos diretores influem positivamente ou negativamente no texto de origem.
Com base nisso, o que você, amigo leitor, acha? Participe deste interessante debate. Como digo sempre, o blog é seu!


Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More