16/03/2010

A fúria cotidiana (parte II)


Personagens diretamente afetados pelos efeitos da fúria cotidiana, ainda mais em nossos tempos, não são exclusividade de minhas histórias. Há por aí uma infindável quantidade de personagens que, devido ao contexto em que vivem, acabam sendo vítimas em suas atrocidades, crimes e erros em geral. Outros lidam contra esta fúria de maneira peculiar. Cito como exemplo minha personagem central do conto Barcarola. Como vimos aqui, a personagem não esboça um mínimo de desgosto pela sua situação, que mistura esperança - uma vez que está prestes a se encontrar com seu grande amor e pai do filho que espera na barriga - e alienação, já que está de jeito algum consegue discernir até onde seu comportamento é induzido pela postura extremamente misógina de seu mundo. É complicado afirmar com todas as letras, mas também não me parece exagero pensar o nosso cotidiano, mesmo com a liberação por parte da mulher, como machista, preconceituoso e patriarcal. Isso fica bem evidente ao analisarmos a conduta da bela moça grávida que espera pelo marido a um sol de mais de quarenta graus. Breve comento mais.

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