"Ascensão e queda": romance de estreia!

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Contos de Wander Shirukaya

Para aqueles que querem conferir o que tenho escrito, dêem uma olhada aqui!

Tergiverso

Sensualidade em forma e conteúdo aguardando sua visita.

O híbrido e a arte

Animes, cinema e literatura

Procurando entrevistas?

Amanda Reznor, André Ricardo aguiar, Betomenezes... Confira estes e tantos mais entrevistados por Wander.

27/07/2011

Livro I; Cap. XX: Junichiro e a prisão

A chegada de nossos heróis à costa do Deserto Verde foi conturbada. Muitos soldados, monges, na verdade, aguardavam o navio. À frente da tropa, um homem de traços diferentes, armadura imponente e uma espada bastarda um punho. 
- O que signifca isto - indagou Zephir. - Estamos em paz. 
O líder das tropas anunciou também estar em paz, pedindo apenas que todos colaborassem e se dirigissem a sua morada. O grupo acho muito estranho. Se era uma recepção de boas vindas, por que tantas pessoas ali? Milo deu alguns passos para trás. Ainda do barco, Karina espiava o tumulto na praia, escondendo-se para tentar se livrar de um possivel embate, sabia que, pela quantidade, seria derrotada facilmente. Gimli parecia não ter percebido isto, atravessou a frente de Zephir, falando a Junichiro:
- Só saimos daqui depois que o senhor demonstrar que é capaz de deter o Gimli, o Texugo Vermelho.
- Se prefere assim, vamos lá. 
Junichiro pediu que todos se afastassem; queria uma luta justa e sem intromissões. Realmente ninguém se intrometeu, porém ficava difícil achar justo aquele embate: Gimli era visivelmente inferior ao poder de lita de junichiro, que o venceu sem esforços. Kailan, Dankill e os demais, nedo-se de mãos atadas, resolveram seguir com Junichiro.
O presságio deles de que algo estava estranho era certo. O resultado foi que o grupo fora detido numa masmorra.
Quatro meses lá se passaram.

24/07/2011

Adulterando as sinfonias com Letícia Palmeira

Na última sexta, 22 de julho, fui ao lançamento de Sinfônica Adulterada, novo livro de contos da escritora paraibana Letícia Palmeira (fotos 1 e 2). O evento foi bastante descontraído e contou com a presença de familiares, amigos e daquele pessoal que insiste em remar contra a maré e continuar amando a literatura. Deixo aqui também o lamento por ter percebido que as TVs de João Pessoa não divulgaram uma mínima nota sobre o evento. Mas é isso aí, quem faz arte de verdade lida sempre com isso; vale a máxima skylabiana: "e você vai continuar fazendo música?". Bom, música não sei, mas no que respeita à música, Letícia Palmeira segue firme e forte no páreo. A quem interessar a lida, boa leitura.


22/07/2011

Sobre "O quarto livro"

Mais um conto terminado, e tabém mais a lidar com adaptações. Desta vez, fiz uma releitura invocada, revisitando não só Assassinatos na Rua Morgue, do grande Poe, mas também textos também inspirados no primeiro, a saber, A morte e a bússola, de Borges e Romance Negro, do Rubem Fonseca. O desafio foi pensar numa boa maneira de relacionar as tres historias e criar uma nova que as reverenciasse sem reduzí-las. Oresultado foi a história da jovem Margaux Alégrett, aficionada por literatura e romances policiais, que tem um caso com Sr. A. Gibson, que também partilha da paixão quase doentia por crimes, enigmas, heróis e vilões no cenário investigativo. Em meio a muito sexo e livros, ambos se deparam com um louco a fim de desafiar-lhes a inteligência, cometendo crimes horrendos e inspirando-se em obras que dialogam com o texto magnífico de E. A. Poe. Munidos de suas armas, excitação e medo, Gibson e Margaux aceitam o desafio e se deparam com um desfecho inquietante.  A ambientação meio Gothic/ noir dá ainda mais clima a narração, centrada em muitos momentos à tensão entre os dois personagens. E então? Quem aceita este desafio?

20/07/2011

Conto, câmera, ação! (parte V)

Aqui vamos nós com mais um capítulo da nossa série de posts sobre relações entre conto e curta-metragem. Breve farei um estudo ainda mais elaborado e prometo colocá-lo aqui para vocês; por hora vamos observar um conto e um curta de que já falei aqui anteriormente.
Em "Casa Tomada", do escritor Julio Cortázar (foto), somos expostos a uma das grandes histórias da literatura fantástica. A história nos apresenta algo de muito estranho acontcendo dentro de uma casa, mas seus moradores não nos explicitam, tempouco saber do que se trata; apenas o assombro e a incerteza pairam no ar e são projetadas ao leitor. No curta, o mesmo efeito é abordado, mas usando-se de procedimentos um tanto diferentes. O conto se ampara na paralipse para construir o fantástico. Apesar de o curta usar também de recursos paralípticos, esses não são alcançados da mesma forma, são explorados recursos típicos do cinema, como as mudanças de planos e dos efeitos de som, que garantem suspense, originalidade, sem necessariamente se escorar na idéia errônea de ser fiel a todo custo ao conto. Evidente que temos aqui essa fidelidade, mas ela está totalmente subserviente à genialidade do diretor. Repare também, ao ver o curta, que a câmera em muitos momentos se põe numa posição de "espreita" com relação aos protagonistas, aumentando o clima de suspense e garantindo que o fantástico não se desfaça. Bom, deixo vocês com o curta, aos que ainda não conhecem o conto, leiam aqui.




16/07/2011

Fujará! ou Como foi o Tuba Livre II - Goiana - Pe (parte final)




Terminando a série sobre o Tuba Livre 2011, acontecido em Goiana, trago pra vocês um pequeno vídeo que mostra o estava rolando no show da Rapaziada Voz Ativa - RVA.

14/07/2011

Fujahrá! ou Como foi o Tuba Livre II - Goiana PE (parte II)




Continuando a matéria sobre o 2º Tuba Livre, em Goiana, deixo vocês com o vídeo da performance feita já no palco. Apreciem.

12/07/2011

Fujahrá! ou Como foi o Tuba Livre II - Goiana PE (parte I)






O festival Tuba Livre, quem homenageia o falecido músico e agitador cultural Tubarão, em sua 2ª edição na cidade de Goiana - PE, contou com a performance "Fujahrá" do Silêncio Interrompido. Estive por lá e em meio a muito vinho flauta e incenso, fiz este video que traz o aquecimento atrás do palco, ritual pra índio nenhum botar defeito. Logo, postarei o que rolou no palco do evento.

08/07/2011

Sorteio de livros do CAIXA BAIXA via twitter!


O núcleo literário de jovens escritores do estado da Paraíba, CAIXA BAIXA (do qual faço parte), lançou uma promoção em seu Twitter oficial. É bastante simples para concorrer: basta você segir o . Assim que atingirmos a marca de 200 seguidores haverá sorteios dos livros dos escritores do grupo. Participe você também, divulgue, a literatura paraibana agradece!

Foto: acervo pessoal 

03/07/2011

Por trás do véu



 
“Geranium killer
Throat of soil of and mind like stone
Please don't defend a silver lining (…)”

The Dirty Projectors, “Two doves” (2009).
 
Os olhos no teto, a nudez dentro do quarto do corpo, pulsante na veia, nos veios das portas, contemplando o serpentear lerdo das coxas; corpo catedral, corpo ainda inviolado ecoando gritos que não podem alçar vôo, circulando entre as mãos desejosas de tocar a rosa, a rosa vermelha do desespero, pois o corpo profana a candura, o corpo encarde a ternura e a converte em agrura;  eu estava deitada entre o feno da casa velha, perto do bosque, o mesmo bosque que me acolhe quando o aperto contra o seio da mãe não é suficiente; mamãe me acha estranha, padece sem ver que ela é quem deveria despertar, a cadeira de balanço, o ir e vir, o cabelo em coque, não mamãe, se Deus nos deu cabelos foi para que nos fossem como asas, quero minhas asas amarrando-se só a uma rosa, que alcem vôos de risadas gostosas, aguardando quem se foi e me pôs chorosa; não esconde de mim, mamãe, eu estava perto, ouvi a senhora pedir ao Pedro dizendo traga ele de volta, Pedro, traga ele de volta e não diga nada pro teu irmão nem pras tuas irmãs que você vai, mas traga ele de volta, por que esconder sofrer se somos todos falhos? Somos todos parte do mesmo galho em frangalhos, que permitem um fruto terno e doce, só amargo tal o amargor dos bagos de uvas mal criadas enroscadas na videira; eu sofro muito e não posso dizer nada, mas acredito que meus lábios já disseram tudo, não bem com palavras como a do terço que rezo à capela toda noite em que me fervem as pernas, mas no tremer e titubear de querer gritar e ver no grito sua salvação e sua perdição; mamãe, André ganhou o mundo e o levou de mim, André meu, irmão, por que não lutaste feito homem? Quem sabe não teria me embebido de coragem para romper esse silêncio que nos circundava, perturbava e estuprava a consciência? André, sei muito da lida, sei que tuas mãos são boas de plantio, também eu sei colher, sei por a mesa, sei deixar perfume de flor em tua roupa para que te sintas bem, do jeito que mamãe sempre fez com nosso pai; André, meu irmão, se querias correr, por que não me carregar? Nosso amor não venceria tudo? Tiveste medo de sucumbir, por que não o fazer com minhas pernas cingidas nas tuas nas noites de frio? Por que não o fazer cosendo nossos olhos, buscando-lhes preencher o vazio? Por que não o fazer amainando a saliva de um com a saliva do outro? Não quero voltar para casa, vem vindo chuva e sei que a bonança será amarga e gradativa, vai me despedaçar as tentativas de viver, o pão não tem mais o mesmo sabor, a mesa também não, apenas o sermão, tempo é senhor da razão, que ele e somente ele consiga me orientar, pelo menos nos momentos em que meus dedos lépidos não mais se controlarem, uma conta do meu rosário para minha paixão, duas contas para o meu monte de Vênus, todas as contas deste cordão para os teus olhos, dez terços bem rezados para a irmã acometida! A irmã enferma – por que Deus não é mulher? A irmã que não tem verbo nem verso e tergiversa com o corpo, me lembro da alegria da dança, era meu refúgio, era nosso refúgio, eu via, meus pés em rodopios centrípetos, o vento em rodopios fervilhantes, os cabelos em rodopios gritantes, a rosa em rodopios querelantes, ávidos pela alforria; eu, meu irmão, não tenho culpa de ser o demônio, não tenho culpa de ser o coisa-ruim, a tentação, a luxúria, a lucidez, a leve língua que lambe o sal do teu suor em sonho trancada num quarto escuro; não sei mais dançar, me embriago desse cheiro mofado da terra que logo vai me devorar, não, André, era você quem deveria me devorar, você sabia que meu silêncio era preciso, sempre falei mais com o que silencio, tanto que agora ele me denuncia, nosso pai me olha estranho, mamãe está desgostosa, a cadeira de balanço, o cabelo em trança insípida, eu rezando, Ana, coitada, pés descalços, feito sonâmbula, passa o dia vagueando pela fazenda; ou num canto recolhido do bosque, mãe-terra que espreita todo nosso sofrer, mãe que deve também não nos querer, pois dela sinto a beleza, mas também a morte; não tenho culpa dos olhos que olham os meus como olhos de salamandra, como olhos de bode preto, como olhos sangrentos, sangue que se esvai e azeda leite. Amor, amor, amor covarde esse, Deus todo-poderoso sabe que se os colhões que te cabem fossem meus eu enfrentaria Iohána com força e vontade até um dos dois sucumbir; mas não, meu irmão, meu amor, eu apenas rezo, eu...  Eu não tenho a força, nem o verso de minha dança tenho mais, pois você o carregou consigo. Para mim ficou o azedo no peito, para mim ficou o parapeito a que me dirijo agora, levanto desse feno, enxugo o rosto quase o rasgando de tanto apertar, as asas, os cabelos, a pomba quer o vôo mais livre, o libertar, eu corro, o fogo no coração, o rosário entre as pernas, as ovelhas assustadas, o vento forte, vem chuva, vem chuva, a boca seca, as asas, que lindo é o fim de tarde cinza-sépia de nuvens nada tépidas, Ana! Contemplo o precipício. Ana! Avisto o princípio! Ana! Observo Cristo. Ana! O quê? Ana! Alguém me chama? Ana! E com veemência clama por mim, que é isso meu Deus, transpus a linha fina de carmim que separa insanidade e lucidez? Sinto-me desfalecendo, vertigem, o abismo, a queda, quem me chama, meu irmão, quem me chama? Caio no chão, beirando o fim, meus olhos embaçados, é Lula? Sim, é Lula! Coitado de meu irmão, mais novo, ainda sem nada saber da vida, por que me interromper? Maktub? Ana! Venha! O Pedro, nosso irmão Pedro voltou, papai quer todos à mesa pra anunciar as boas novas!

[Wander Shirukaya]
Conto  baseado na obra Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, 1975.
Foto: http://cinemaedebate.files.wordpress.com/2010/03/lavoura-arcaica-foto-5.jpg

01/07/2011

Sobre "Por trás do véu"

Pessoal, é com prazer que agora anuncio mais um conto terminado, esse com um gostinho especial, pois é a primeira vez que escrevo uma adaptação de um texto de outro autor (vontade que tenho há muito tempo). Temos então um conto que dialoga o tempo todo com Lavoura Arcaica (1975), romance de Raduan Nassar. Neste romance, temos uma linguagem densa e cheia de entraves, que representam a angústia do protagonista, André, que tem uma uma paixão desenfreada pela irmã, Ana. No texto de Raduan, e mesmo na aclamada adaptação fílmica feita em 2001 por Luiz Fernando Carvalho, André detém toda a narrativa, enquanto Ana se tranca em um mutismo perturbador. Pois bem, que falaria ela? Aí entra o meu recorte para a coisa toda. O conto Por trás do véu busca entrar na mente silente de Ana e lhe desvendar seus desejos e angústias diante da impossibilidade de manter um amor incestuoso. Como ainda reviso alguns detalhes, infelizmente este texto não será ainda dispibilizado, mas não se preocupem, pois vocês, seguidores deste humilde blog saberão logo, logo. Aprendamos com o texto de Raduan: paciência. O tempo resolve tudo. Até mais.


Foto: Simone Spoladore, como Ana, em LavourArcaica

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