Vamos nessa, sem mais delongas, com o início da nossa discussão sobre o humor nas artes. para tanto viajaremos um pouquinho no tempo para entender o porquê do título desta série. As manifestações populares sempre primaram por brincar com tudo, sem propósito muito especial que não fosse realmente rir. Para tanto, alguns elementos comuns era quebrados, em especial, éticos. Entretanto, a percepção desse humor despretensioso como algo que induzisse à libertinagem foi se tornando cada vez mais preocupante para aqueles que detinham o poder, fato que se agravou com a consolidação da igreja no poder, durante a idade média. A então "carnavalização" de tudo e todos passa a ser mal vista, com a argumentação de que o riso é um pecado e/ou porta para o inferno. Lembremos aqui que não se via discurso algum que dissesse que Jesus ria, impondo aos seguidores da bíblia uma postura de submissão e seriedade, a que estamos submetidos, de certa forma, até hoje. Em suma, a diversão popular foi "demonizada", e era preciso evitar o pecado, nem que para isso o clero devesse usar a força.
A demonização do riso, com a idade média, ganha dimensões tão fortes que isso criou nas gerações que se sucederam um ranço que persiste até hoje, o que existem coisas que são intocáveis (que não podem ser satirizadas) e não têm graça nenhuma. Por hora, estou apenas levantando afirmativas, sem procurar uma posição (espero chegar a alguma ao fim da série com ajuda de vocês, leitores).

Ah, leitura recomendadíssima para o debate:
BAKHTIN, Mikhail. A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de
François Rabelais. Tradução de Yara Frateschi Vieira. São Paulo/Brasília: Hucitec/Editora
Universidade de Brasília, 2008.
François Rabelais. Tradução de Yara Frateschi Vieira. São Paulo/Brasília: Hucitec/Editora
Universidade de Brasília, 2008.
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