21/05/2011

Criticando e sendo criticado

A postagem de hoje serve para algumas observações, que infelizmente são da teoria de todos, mas nem sempre se apresentam na prática do dia-a-dia. Deparei-me com fatos curiosos nos últimos tempos acerca de críticas a trabalhos dos mais diversos segmentos, mas com reações um tanto desastrosas. Não pretendo defender o crítico, nem tampouco o criticado, apenas explicitar algumas condutas que deveriam ser levadas em conta. 
Amigos, convenhamos, criticar é necessário. A vida sem crítica se tornaria insuportável e descambaria para um abismo onde ninguém teria capacidade de avaliação, escolha e aprimoramento de suas particularidades, por mais diversas que possam ser. A idéia do "faz-melhor-não-critique" também não se apresenta como boa pedida, já que não é necessário ser médico para criticar eventuais falhas deste, por exemplo, do mesmo modo que os leigos também podem dar o seu plá quando o assunto é literatura. A fazmelhornãocriticagem entrava a liberdade de expressão por que tanto lutamos. Entretanto, isso não dá direito de se achar como único ser possível para expressão, ainda mais diante de alguém que possua conhecimento mais específico sobre determinado assunto. Em outras palavras, o ponto de vista do leigo pode conviver sem muito problema com o do especialista, sem necessidade de chiliques por parte de qualquer um deles. No mais, vale ao que critica, especialista ou não saber que do momento que ele expõe seu ponto de vista, estará propenso à novas críticas; isso faz com que busquemos cada vez mais um bom senso na hora de criticar algo/ alguém. 
Quanto a ser criticado, o que vale é a percepção de que, desde que não se parta para ofensa de cunho pessoal, o crítico pode se expressar como bem entender, cabendo ao criticado o discernimento para perceber o que lhe é útil, bem como o que requer uma réplica de sua parte. Virginia Woolf (foto), por exemplo, escrevia crítica com acidez e com uma linguagem quase poética (algo cada vez mais condenável nos dias de hoje); isso não a impediu de fazer crítica, mesmo com muita gente tendo interpretações errôneas ou se ofendendo com seus textos. Ora, não caiamos na puerilidade de achar que o fato de que alguém tem algo contra nós signifique que ele seja totalmente contra nós. Pensar desta maneira destrói a cordialidade e entrava nossoa própria capacidade de filtrar críticas no intento de um progresso.  Talvez este post pareça um tanto confuso, mas sua função principal já está bem destacada. Avaliar como se portar no jogo crítico é algo simples, que nossos egos muitas vezes querem complicar. Observemos o que andamos falando e o que falam de nós sem estrelismos ou ataques epilépticos (com todo respeito a eles). O mundo já esteve perto de acabar várias vezes, uma hora dessa acaba mesmo e perdemos nosso tempo dando dimensões exorbitantes a coisas que nem sempre seriam dignas de serem comentadas. Enfim, boa sorte a nós que temos tido coragem de dar a cara a tapa.


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