Há quem diga que modernizar o passado é uma revolução musical. Tal afirmativa parece contraditória, mas se vocês, meus amigos, pararem um pouquinho para observar (ou para ouvir, já que estamos falando hoje de música), perceberão que fazemos isso o tempo inteiro. O artista é refém do qaue já passou e dialoga intertextualmente (e muitas vezes inconscientemente) com toda a produção estética que lhe precedera. Parece bobagem discutirmos algo tão óbvio, mas vira e mexe aparece alguém que acredita que o futuro é autônomo e que ainda há algo que não tenha sido criado. Sendo assim, discutamos, a partir dessa postagem introdutória, a importância da originalidade. Para tanto, puxei como primeiro exemplo uma banda que é tida por muito como original: os Smashing Pumpkins. É realmente surpreendente que os álbuns da banda não se pareçam entre si, o que em muitos momentos fez com que a crítica especializada a acusasse de "atirar para todos os lados". Por outro lado, discos como adore já mostram uma beleza incrível, partindo
da união entre futuro e passado, ou seja, de instrumentos de tecnologia de ponta, geralmente de timbres eletrônicos e pasasgens acústicas. Evidentemente você também perceberá essa premissa em vários artistas, Wilco, Radiohead, etc. Essas bandas estão sempre nas citações de quem fala sobre o futuro, sobre as novas tendências, pois fazem algo que ninguém costuma fazer. De fato, essa vertente futuro-retrô é bem mais consistente do que a onda de bandas que teve destaque nos anos 00, que se resumiram a pastiches dos Stones/ The Who/ Led Zeppelin nos estados unidos e do post-punk dos 80 na Inglaterra. Entretanto, isso faz dela uma obra que se possa dizer original? Eis a questão, vejamos o futuro casando-se com o passado através da arte e discutamos.
0 pitacos:
Postar um comentário