Hoje posto aqui o resultado de mais uma de minhas pequenas entrevistas feitas com pessoas que acredito que tenham algo legal para dizer. Nossa convidada de hoje é Glória Gama, atualmente doutoranda pela Universidade Federal da Paraíba, que nos dá o ar da graça para falar um pouquinho sobre aquilo tudo a que vocês já estão familiarizados neste humilde blog. Apreciem.
Wander - fale um pouco sobre você para os leitores aqui do blog.
Glória - eu prefiro que os leitores me conheçam através do que eu falo. Biografismos à parte, eu sou apenas alguém apaixonada por cinema, literatura, música, cerveja, vinho, beleza, juventude, feiúra, velhice e inteligência. Só não suporto burrice. Muitas pessoas dizem que a beleza é relativa. Muito bem: a burrice é absoluta.
Wander - como você define a sua relação com a literatura?
Glória - minha relação com a literatura é visceral. Eu a conheço desde menina e foi ela quem me salvou do caos, da loucura total; devo à literatura tudo que sou hoje como ser humano, mulher e professora.
Wander - você tem pesquisado na literatura contemporânea as características da escrita masculina construindo personagens/ figuras femininas. Você considera que há diferenças entre as escritas masculina e feminina nesse tipo de caso?
Glória - sim e não. Tento ser coerente com o meu trabalho. Na verdade, o que tento mostrar, é que, independentemente do sexo de quem escreve um texto, a arte, no caso a literatura, transcende marcas de gênero e voz. O resultado é o que conta.
Wander - que grandes autores de nossa época você acha que tem conseguido bons resultados nesse sentido, seja na poesia ou na prosa?
Glória - pergunta difícil, sobretudo quando você especifica “de nossa época”; porém, acho que na poesia destacam-se sempre os clássicos: William Blake, William Wordsworth, e.e. cummings, Emily Dickinson, só para citar alguns. Para não me esquecer dos contemporâneos, eu citaria Charles Simic. Na prosa, adoro Faulkner, Oscar Wilde(este é bom em tudo), Hemingway, Conrad, Proust, e outro que é bom em tudo, Edgar Allan Poe; Rubem Fonseca, Machado de Assis, Guimarães Rosa.
Wander - já que sua linha de pesquisa diz respeito à teoria do conto, como você analisa os contistas contemporâneos?
Glória - na verdade, não estou trabalhando com teoria, mas com literatura. Meu objeto de estudo é o escritor Rinaldo de Fernandes. Mas sem fugir à sua pergunta, e já fugindo dela, eu diria que os aspectos mais importantes de um conto têm a ver com sua temática e estrutura. É um gênero de difícil definição. Tentarei ser tão concisa quanto ele: bom tema, bom tratamento desse tema, (como tão bem quer o mestre Cortázar), brevidade, e aquela capacidade de deixar em nós uma marca, uma sensação de algo atemporal, inesquecível. Citando Proust, (ando relendo-o muito ultimamente), “A felicidade é salutar para o corpo, mas só a dor enrijece o espírito”. Enfim, um bom conto parte deste princípio; qualquer bom contista, contemporâneo ou não, também.
Wander - fora o material de sua linha de pesquisa têm lido algo? O que recomendaria aos leitores aqui do blog?
Glória - eu recomendo toda boa leitura. O que é boa leitura? É só aquela que nos resguarda da dor e do sofrimento supremos. É aquela que nos guia numa linha contrária à morte, à solidão, à tudo que nos impeça de viver. A boa literatura nos anestesia! Acho que os autores/as citados/as falam por mim.
Wander - e quanto à música? O que tem ouvido e o que nos recomenda?
Glória - Wandinho, você me conhece bem. Todas as bandas e músicos comentados neste blog são os que curto. Só para acrescentar alguns: Mojave 3, Cousteau, The Editors, The Killers, James Morrison. Tenho também um lado nostálgico. Aqui entram, Led Zeppelin, Pink Floyd, James Taylor, Smashing Pumpkins, Rod Stewart. Adoro todo rock nacional dos anos 80, mas declaro que minha maior paixão são os Paralamas do Sucesso. “Lanterna dos Afogados” é uma das músicas mais belas que conheço.
Wander - Deixe uma mensagem para os leitores do blog.
Glória - a mensagem que deixo foi a mesma que te disse no orkut: o blog é criativo, original, faz uma homenagem às artes em geral e tem um toque irreverente que fascina a todos os amantes das coisas boas e belas. Na falta de melhores palavras, sigo o velho e bom Jim Morrison: viva pouco, morra cedo e mantenha o corpo em forma.
Wander - fale um pouco sobre você para os leitores aqui do blog.
Glória - eu prefiro que os leitores me conheçam através do que eu falo. Biografismos à parte, eu sou apenas alguém apaixonada por cinema, literatura, música, cerveja, vinho, beleza, juventude, feiúra, velhice e inteligência. Só não suporto burrice. Muitas pessoas dizem que a beleza é relativa. Muito bem: a burrice é absoluta.
Wander - como você define a sua relação com a literatura?
Glória - minha relação com a literatura é visceral. Eu a conheço desde menina e foi ela quem me salvou do caos, da loucura total; devo à literatura tudo que sou hoje como ser humano, mulher e professora.
Wander - você tem pesquisado na literatura contemporânea as características da escrita masculina construindo personagens/ figuras femininas. Você considera que há diferenças entre as escritas masculina e feminina nesse tipo de caso?
Glória - sim e não. Tento ser coerente com o meu trabalho. Na verdade, o que tento mostrar, é que, independentemente do sexo de quem escreve um texto, a arte, no caso a literatura, transcende marcas de gênero e voz. O resultado é o que conta.
Wander - que grandes autores de nossa época você acha que tem conseguido bons resultados nesse sentido, seja na poesia ou na prosa?
Glória - pergunta difícil, sobretudo quando você especifica “de nossa época”; porém, acho que na poesia destacam-se sempre os clássicos: William Blake, William Wordsworth, e.e. cummings, Emily Dickinson, só para citar alguns. Para não me esquecer dos contemporâneos, eu citaria Charles Simic. Na prosa, adoro Faulkner, Oscar Wilde(este é bom em tudo), Hemingway, Conrad, Proust, e outro que é bom em tudo, Edgar Allan Poe; Rubem Fonseca, Machado de Assis, Guimarães Rosa.
Wander - já que sua linha de pesquisa diz respeito à teoria do conto, como você analisa os contistas contemporâneos?
Glória - na verdade, não estou trabalhando com teoria, mas com literatura. Meu objeto de estudo é o escritor Rinaldo de Fernandes. Mas sem fugir à sua pergunta, e já fugindo dela, eu diria que os aspectos mais importantes de um conto têm a ver com sua temática e estrutura. É um gênero de difícil definição. Tentarei ser tão concisa quanto ele: bom tema, bom tratamento desse tema, (como tão bem quer o mestre Cortázar), brevidade, e aquela capacidade de deixar em nós uma marca, uma sensação de algo atemporal, inesquecível. Citando Proust, (ando relendo-o muito ultimamente), “A felicidade é salutar para o corpo, mas só a dor enrijece o espírito”. Enfim, um bom conto parte deste princípio; qualquer bom contista, contemporâneo ou não, também.
Wander - fora o material de sua linha de pesquisa têm lido algo? O que recomendaria aos leitores aqui do blog?
Glória - eu recomendo toda boa leitura. O que é boa leitura? É só aquela que nos resguarda da dor e do sofrimento supremos. É aquela que nos guia numa linha contrária à morte, à solidão, à tudo que nos impeça de viver. A boa literatura nos anestesia! Acho que os autores/as citados/as falam por mim.
Wander - e quanto à música? O que tem ouvido e o que nos recomenda?
Glória - Wandinho, você me conhece bem. Todas as bandas e músicos comentados neste blog são os que curto. Só para acrescentar alguns: Mojave 3, Cousteau, The Editors, The Killers, James Morrison. Tenho também um lado nostálgico. Aqui entram, Led Zeppelin, Pink Floyd, James Taylor, Smashing Pumpkins, Rod Stewart. Adoro todo rock nacional dos anos 80, mas declaro que minha maior paixão são os Paralamas do Sucesso. “Lanterna dos Afogados” é uma das músicas mais belas que conheço.
Wander - Deixe uma mensagem para os leitores do blog.
Glória - a mensagem que deixo foi a mesma que te disse no orkut: o blog é criativo, original, faz uma homenagem às artes em geral e tem um toque irreverente que fascina a todos os amantes das coisas boas e belas. Na falta de melhores palavras, sigo o velho e bom Jim Morrison: viva pouco, morra cedo e mantenha o corpo em forma.
Fotos cedidas pela entrevistada.
12 pitacos:
que legal!!! muit o bom ler sobre gente interesante e que principalmente esta envolvido com literatura. Adorei a entrevista, parabens pelo blog!
www.joicekelly.blogspot.com
Embora eu não tenha o menor interesse pela entrevistada pode se ver que ela lêo bastante para poder definir se seu blog é bom ou não!
www.aioscaras.blogspot.com
Gostei bastante da entrevista, nunca ouvi falar sobre ela, mas pelos gostos dela, posso dizer que me identifico um pouco!!
=)
Muito boa a entrevista, Gostei demais
Poxa quando tiver mais entrevista, me de um toque
lá.
bjus
Assina o feed, cara. Ou entao segue o blog. Aih vc saberá sempre das entrevistas e d tudo o q vier.
Gde abraço!
Escolheram a pessoa ideal para falar sobre estes temas: cinema, literatura e música. Não conheço outra pessoa que fale e conheça melhor sobre eles.
Excelente entrevista.
Abraço
Rebeca Monteiro
Adorei a entrevista e ainda mais a entrevistada, que mostrou ter uma mente aberta em tudo que diz respeito à arte e soube opinar de forma direta e sincera sobre todos os temas abordados.
Parabéns pela entrevista!
Rayana Lúcia.
muito boa entrevista sempre importante absorver o conhecimento de pessoa que tem o que dizer, quando e com toda Certeza Oscar Wilde é muito bom em tudo que fez, até amar
Muito boa entrevista..ela cita grandes gênios da literatura..que todos deveriam ler..
Acho que nunca os livros perderão seu valor..nem nos tempo mais mordernos..
Adorei a entrevista com Gloria Gama, que é uma pessoa adorável, culta, fantástica e altamente inteligente, a personalidade certa para falar de literatura e acrescenta a nós leitores deste site um pouco mais de cultura.
Parabéns.
Muito obrigada a todos que leram a minha entrevista. Acho que o mais importante é a gente saber compartilhar opiniões. Nem sempre são as nossas, mas precisamos respeitar, pois sem isso, não somos nada.
Obrigado a vc, grande Gloria! Apareça sempre por aqui! ^^
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