13. A crucificação de Dona Morte
"Como pode? Tão linda e inteligente fazer uma coisa dessas? Acabaram-se realmente todos os valores. O pai, o marido, a irmã chorando no meio das pessoas vorazes a assistir a assassina ir a júri popular. O filho de três meses era o único que não tinha vindo. Pudera. Tinha sido violentamente esmagado por vinte e duas marteladas enquanto dormia. Sonhe com os anjos, meu filho. No mesmo dia a polícia recebe a visita do assassino. Oi, bom dia. Vim me entregar. Acabei de matar o meu filho".
14. Vida de cão
"Um silêncio estridente. O cão dormia junto à casinha, a frente estava limpa, as flores do canteiro já de pijama. A porta encostada. Abri, nada de diferente. Sim, havia algo de diferente. Ao seguir Dario percebeu uma bela melodia, triste, envolvente, tal qual canção de ninar. A mesma dos assovios? Corredor adentro, chocou-se ao ver pela entrada do quarto, ao som da caixinha de música o antebraço branco, inerte, decorado com apenas uma única gota vermelha. Deus..."
15. Canções de confortar cadáveres
"Dito e feito uma caveira. A pele branca, chupada para dentro, olhos fundos e boca rachada. Os cabelos alvos se viraram, com algum custo a velha parou de cantar. Finalmente me pareceu que interagia com o mundo, acho que se irritava com a música vinda do outro lado.
- Por que me atrapalhas, meu senhor?
Ainda trêmulo respondi:
- Desculpe, senhora. Não era minha inten...
- É o motivo de meu canto que te intrigas?"
16. A carta
"Eu me sinto bem, mas sei que é só por enquanto. Só por agora. A dama negra. Viu-me. Puxou-me: “Relaxe, vire-se e pegue minha mão”. “Mostre que me ama e que somos mais que unha e carne”, dissemos. Hora do torpor, da amálgama, C21H22N2O2. A lâmina já foi engolida. Eu a abraço como criança que abraça a mãe, caímos no abismo. Viagem ao wireless; rigor mortis".
"Como pode? Tão linda e inteligente fazer uma coisa dessas? Acabaram-se realmente todos os valores. O pai, o marido, a irmã chorando no meio das pessoas vorazes a assistir a assassina ir a júri popular. O filho de três meses era o único que não tinha vindo. Pudera. Tinha sido violentamente esmagado por vinte e duas marteladas enquanto dormia. Sonhe com os anjos, meu filho. No mesmo dia a polícia recebe a visita do assassino. Oi, bom dia. Vim me entregar. Acabei de matar o meu filho".
14. Vida de cão
"Um silêncio estridente. O cão dormia junto à casinha, a frente estava limpa, as flores do canteiro já de pijama. A porta encostada. Abri, nada de diferente. Sim, havia algo de diferente. Ao seguir Dario percebeu uma bela melodia, triste, envolvente, tal qual canção de ninar. A mesma dos assovios? Corredor adentro, chocou-se ao ver pela entrada do quarto, ao som da caixinha de música o antebraço branco, inerte, decorado com apenas uma única gota vermelha. Deus..."
15. Canções de confortar cadáveres
"Dito e feito uma caveira. A pele branca, chupada para dentro, olhos fundos e boca rachada. Os cabelos alvos se viraram, com algum custo a velha parou de cantar. Finalmente me pareceu que interagia com o mundo, acho que se irritava com a música vinda do outro lado.
- Por que me atrapalhas, meu senhor?
Ainda trêmulo respondi:
- Desculpe, senhora. Não era minha inten...
- É o motivo de meu canto que te intrigas?"
16. A carta
"Eu me sinto bem, mas sei que é só por enquanto. Só por agora. A dama negra. Viu-me. Puxou-me: “Relaxe, vire-se e pegue minha mão”. “Mostre que me ama e que somos mais que unha e carne”, dissemos. Hora do torpor, da amálgama, C21H22N2O2. A lâmina já foi engolida. Eu a abraço como criança que abraça a mãe, caímos no abismo. Viagem ao wireless; rigor mortis".
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