Sua antiga banda, o Planet Hemp, já se mostrava como um projeto que queria vôos mais altos do que os apresentados na mistura pesada de rap e rock somada ao discurso pró-legalização da maconha em Usuário (1994). Assim, B Negão montou seu projeto com os Seletores de Frequência, enquanto Marcelo D2 (foto) resolveu seguir carreira solo. Nesta, o músico buscou fundir sons de rap e hip hop a bases de sambas antigos, o que fez com que as pessoas começassem a lhe perceber além do que já se via no Planet Hemp. Mas foi apenas quando A procura da batida perfeita chegou às lojas que a reviravolta começou. O disco cumpriu com maestria a proposta de mistura de gêneros e gerações que já vinha sendo montada, graça, inegávelmente, ao amparo de uma superprodução assinada pela Sony Music (em tempos de desprezo às gravadoras, tal sucesso poderia nos fazer pensar até onde este desprezo é necessário, não?). O resultado fez com que Marcelo D2 fosse de maconheiro sem futuro a ícone pop. Musicalmente falando, isso talvez se deva, além da produção já comentada,a essa uniao de ritmos que, conforme falava-se, tinham raízes muito parecidas. A proposta abriu margem para uma sofisticação do até então rústico rap que se fazia no país, levando o ritmo a outros patamares além do underground. Acredito quea saudação aos mestres ajudou muito e aproximou todos desse tipo de música. D2, como diria Chico Science, modernizava o passado, abrindo as portas para que novos rumos fossem tomados num gêneroa aida muito restrito, mesmo com sua popularização via Racionais MCs.
Continua...
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